Então as luzes apagaram-se,
Um forte barulho ecoou em meus ouvidos,
Aquele instante poderia jamais ter existido.
Mas existiu.
Voltei para casa e caminhei perdido, porta a dentro.
Os cômodos pareciam estar tortos, gélidos.
As cores claras e alegres, tornaram-se cinzentas.
O chão parecia não existir.
Por vezes eu caminhava sob as nuvens
Sentia-me mesmo sem chão
E agora, sabia o verdadeiro significado da frase.
Mas isso tudo é hoje.
Amanhã será diferente, e depois e depois.
Até que não mais farei diferença.
E a convivência com os outros familiares, amigos,
Apenas mero acaso do destino.
E os dias passam-se, tristes, amargos, difíceis
Rios de lágrimas...
Que num supetão
Formou-se em Lete.
E se fez valer no esquecimento.
Não podia acreditar que tudo voltara a ser como antes
Mas só que sem mim.
Como puderam? Como pode?
Simplesmente, não mais estava presente
E até mesmo minhas coisas já não mais estão aqui.
Foram dadas talvez,
Ou jogadas fora, não sei ao certo.
Assim como fizeram com minha presença:
Esquecida no vão do tempo, das pessoas,
De um vida sem sentido,
Porque a morte a ceifou.
E não se sabe como, nem o motivo.
E cá estou; solitário, triste e morto.
(Pour Anna Paula L - 17/04/2015)
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