A literatura francesa é uma das mais influentes de todo o mundo.
Foi na França que surgiram as grandes escolas de literatura comparada e também foi lá que autores como Proust, Victor Hugo, Dumas, Flaubert, Balzac, Valéry e Sthendal vieram.
Data 23/05/2011
Foi na França que surgiram as grandes escolas de literatura comparada e também foi lá que autores como Proust, Victor Hugo, Dumas, Flaubert, Balzac, Valéry e Sthendal vieram.
Data 23/05/2011
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Afinal, a chamada literatura de cordel, no Brasil, não morreu; está completando cerca de cem anos bem vividos. Esse gênero de poesia popular impressa, que ocorre especialmente no nordeste, passou a ser valorizado por brasileiros depois de um artigo de Orígenes Lessa na revista Anhembi, publicado em dezembro de 1955, e talvez principalmente depois de outro artigo, do estudioso francês Raymond Cantel, publicado no Le Monde de 21 de junho de 1969. A partir de inícios da década de 70, o assunto virou coqueluche para estudiosos brasileiros, formando-se considerável bibliografia em que se incluem teses e mais teses. Também muitos artigos foram publicados, inclusive de interessados de última hora que se precipitaram em afirmar, de pés juntos, o fim do cordel. Vinte anos depois, podemos observar que — a despeito de estar implícito no dinamismo sócio-cultural o possível desaparecimento de traços folclóricos — o cordel continua vivinho da silva. Até virou souvenir para paulistas, cariocas, mineiros, gaúchos em passeio por feiras nordestinas ou em centros de turismo como o Pátio de São Pedro (Recife), a Emcetur (Fortaleza), o Mercado Modelo (Salvador) e outros locais. O estudioso Joseph M. Luyten calcula em 100 mil títulos editados, o que é apenas uma estimativa. Quanto ao total de exemplares, quem pode saber ao certo? Além da previsão apressada da morte dos livretos populares, o interesse repentino e a falta de embasamento e pesquisa levou à mudança de nome do fato. Vejamos: no contexto popular onde os livretos são criados, vendidos e lidos, o nome anterior e ainda vigente é "folheto" ou "folheto de trovador" (com 8 páginas, cerca de 11x16cm), pois seus autores sempre se auto-denominaram trovadores. Ou então "romance", "história" quando a narrativa é mais longa e exige 16, 32 ou mais páginas. A denominação cordel tem origem erudita, influência de Portugal, e acabou chegando ao vocabulário dos autores populares. Criou-se também este ou aquele neologismo, como "cordelista" e "cordelismo", que estão longe do padrão terminológico popular. Por falar em Portugal: como tantos outros fatos culturais brasileiros, essa literatura popular tem parentes entre os lusos. Mas está ligada também a cantorias e a desafios acompanhados de viola. Parece que os primeiros folhetos de trovador, no Brasil, foram impressos no final do século XIX. Leandro Gomes de Barros e João Martins de Atahyde são dois dentre os primeiros poetas; livrinhos de sua autoria continuam sendo reeditados, com direitos vendidos e revendidos. As tiragens totais acabam sendo difíceis de serem contabilizadas, calculando-se em milhares e milhares de exemplares. São famosos títulos como O cachorro dos mortos, Juvenal e o dragão, História da donzela Teodora, e outros de Leandro Gomes de Barros (Pombal-PB, 1865; Recife-PE, 1918); também Casamento e mortalha no céu se talha, História da princesa da Pedra Fina, Batalha de Oliveiros com Ferrabraz, Como se amança uma sogra, Rolando no Leão de Ouro, Os sofrimentos de Alzira, estes de João Martins de Atahyde (Ingá-PB, 1880; Recife-PE, 1959), e mais outros de autores falecidos, como José Bernardo da Silva, José Camelo de Melo Resende, Severino Milanês da Silva, Francisco das Chagas Batista, José Soares, Joaquim Batista de Sena, Rodolfo Coelho Cavalcante e outros. Dentre os que continuam produzindo, podemos citar Abraão Batista, em Juazeiro do Norte-CE; Minelvino Francisco Silva, em Itabuna-BA; o pernambucano João de Barros que reside em São Paulo; o paraibano Raimundo Santa Helena que reside no Rio de Janeiro; outro pernambucano fabuloso que é José Cavalcante e Ferreira, que também assina José Ferreira da Silva ou apenas Dila; J. Borges, em Bezerros-PE; Adalto Alcântara Monteiro, em Santa Maria do Pará-PA; e muitos outros. Comparações Essa literatura popular impressa existiu em diversos países, como a França até o século XIX, também Portugal e Espanha até as primeiras décadas do século XX. Há exemplares de volantes recuados no tempo, século XV. Mas nos anos setecentos e oitocentos, os "Colportage" e os "Canards" franceses alcançaram grandes tiragens; a ponto de existirem coleções numerosas, felizmente conservadas, como a "Bibliothèque Bleue". Houve mesmo um segmento profissional que se dedicava à edição dos folhetos franceses, em Troye, Avignon, Lyon, Paris, Bordeaux, Lille, Nantes, Rouen, Toulouse; também em Madri, Barcelona, Lisboa, Porto, etc. Na Espanha, a Biblioteca Nacional dispõe de grande coleção. Em Lisboa, a Fundação Calouste Gulbenkian adquiriu, de particular, uma pequena porém significativa coleção. No Rio de Janeiro, a Fundação Casa de Rui Barbosa possui uma das maiores coleções brasileiras. É no Brasil que essa produção popular persiste com aceitação de seu público original, apesar de novos entretenimentos, como rádio e televisão. E tendo conquistado aquele outro público, de estudiosos, colecionadores eruditos, turistas. Se tentarmos alguma comparação dessa literatura abrangendo material dos quatro países, podemos chegar a contrastes interessantes. No Brasil, prevalece a forma poética à prosa, preferentemente em redondilha maior (versos de sete sílabas contadas até a última tônica) e seis "pés" (versos), portanto a sextilha. As rimas ocorrem no segundo, quarto e sexto pés: ABCBDB. "O Reino do Barro Branco Severino Milanês da Silva, O Príncipe do Nos demais países, é grande a presença do texto em prosa. Os temas permitem várias classificações, como já foi feito por estudiosos brasileiros, americanos e europeus, desde narrativas tradicionais transmitidas oralmente e que passaram à mídia escrita, como é o caso da donzela Teodora, do cavaleiro Roldão no ciclo carolíngeo, da princesa da Pedra Fina, do dragão de sete cabeças, dos Contes de Fées, do romance de aventuras Andrionico y el león, ou a novela Desengaños Amorosos (esta de l647), até ficção sobre temas de amor, humor, aventura, sem esquecermos o chamado cordel circunstancial, que é o folheto de caráter jornalístico ou "folheto de época": refere-se a um fato acontecido e o relata destacando aspectos importantes e até exagerando no sensacionalismo. Os exemplos são inúmeros, mostrando como o ser humano está frequentemente ávido por novidades, por notícias atuais:: Os posseiros do Maranhão, de Ary Fausto Maia; A renúncia do ex-presidente Dr. Jânio Quadros, de Rodolfo Coelho Cavalcante; O choro de Itabuna depois da enchente, de Minelvino Francisco Silva; Pelé na Copa do Mundo e o Brasil tri-campeão, de Severino Amorim Ferreira; Saída do presidente Médici e posse do novo presidente Ernesto Geisel, de Cunha Neto; É a gasolina subindo e o povo passando fome, de António Lucena de Mossoró; A tragédia da Belém-Brazília (não assinado); O plano Collor em ação muda a face da nação, de Adalto Alcântara Monteiro; Debates de guerra entre Bruxe e Sadam Russem, de Abraão Batista. Na década de 70, quando a mini-saia revolucionou o guarda-roupa feminino, o trovador Minelvino Francisco Silva lançou A moda da mini-saia e a garota braza viva. Por essa época, o já citado Rodolfo Coelho Cavalcante lançou A moça que mordeu o travesseiro pensando que era Roberto Carlos - que, dá para percebermos — é a estória alegre de um sonho perturbador.... Na França, parece que o sensacionalismo foi muito marcante: Détails sur deux assassinats; Malheureueses innondations; Détails sur la mort tragique de la fille de M. Delatour; Horrible assassinat suivi de viol; Terrible naufrage; Innondation dans les Départaments / Détails des cruels désastres survenus à Orléans; Oraison funèbre de Napoleón Bonaparte; Dernières paroles de sa majesté Louis XVIII. Nesta modalidade jornalística ou de atualidade, os folhetos brasileiros podem ser agrupados em ciclos temáticos, como os do Cangaço e especialmente de Lampião, também do padre Cícero, do suicídio de Getúlio Vargas, das visitas do papa, do fracassado governo Collor de Melo, etc. Na França, Napoleão constitui um ciclo evidente, crimes constituem outro. Esse tratamento da atualidade contrapõe-se às criações inspiradas em temas tradicionais, como João de Calais, Carlos Magno e seus Pares, donzela Teodora, Branca de Neve e tantos outros. Em Portugal, no começo do século XX foram também usuais edições sobre cançonetas, refletindo o gosto pelo teatro de variedades, da época. As capas dos folhetos têm somente dizeres chamativos ou também ilustração. Quando a ilustração se acha presente, é comum basear-se em xilogravura, porém pode ser desenho e clichê de zinco e, no caso do pernambucano Dila, a gravura em borracha, adotada no final da década de 80. O citado "Canard" de grande formato sobre a oração fúnebre de Napoleão Bonaparte, datado de 1821, tem ilustração mostrando uma cena de velório, com Napoleão morto cercado por um sacerdote, uma mulher e dois oficiais; tudo adornado por um cortinado, à guisa de dossel da gravura. Mas em outras obras, como as marcadas por título que se inicia com Détails..., as cenas não raro mostram uma pessoa degolando, esfaqueando, enfim matando cruelmente a vítima. No Brasil, na Espanha e em Portugal parece menos frequente essa visualidade do crime. Mas não escapam do insólito: Grande e horrível crime de uma mulher que matou seu próprio marido com uma faca de cozinha é um exemplo português, não único. Por outro lado, há diversos folhetos portugueses da década de 50 que mostram desenhos coloridos na capa, quer dizer, aplicando-se modernas técnicas gráficas; outros, do final do século XIX, têm desenhos em branco-e-preto — o que era mais comum, nos quatro países. Entre os brasileiros, além de edições feitas na região nordestina, geralmente em branco-e-preto e de modo artesanal, existem atualmente edições ou reedições feitas em São Paulo e Rio de Janeiro, com alguma sofisticação gráfica e capas em cores. Do santo ao diabo Ora, esse enfoque do grotesco envolvendo seres humanos e animais excepcionais, monstros, seres fantásticos parece habitar o imaginário dos autores dos quatro países aqui tratados (e de outros mais); afinal, do imaginário dos povos. Como podemos verificar pelo volante francês Le grand terrorifer d’Afrique, ou o Recit veritable, touchant le monstre espouventable & extremement horrible, nommé le Canesque, ou le Dragon Marin du Fare de Messine (de 1649); e, em Portugal, a Relação verdadeira da espantosa Féra... (que assustava habitantes de Chaves em l760). Os trovadores contemporâneos brasileiros não deixam por menos: O estudante que se vendeu ao diabo; o tantas vezes reeditado Peleja de Riachão com o Diabo, ambos de João Martins de Atahyde, A moça que o diabo tomou conta para a matar de fome, de Abraão Batista; muitas preocupações do ser humano face ao sobrenatural, como refletido está em Jesus e o Diabo, versos e xilogravura de Dila. Ou ainda encontros de pessoas famosas no céu ou no inferno, como o cangaceiro Lampião que chega ao inferno e logo se põe a discutir com Satanás. E não é só ele: há o Encontro do presidente Tancredo com o presidente Getúlio Vargas no céu, de Manoel d‘Almeida Filho; Lampião e Maria Bonita no Paraizo do Édem, tentados por Satanás, de João de Barros. Parece que, no Brasil, esses encontros, as pelejas, as narrativas de encantamento, os folhetos "de época" e outros vão continuar, embora nos demais países — aí sim — o cordel morreu ou está moribundo. Referências bibliográficas: BONNEFOY, Claude. La littérature de colportage; Flammes et Fumées, Paris, 1971. LOPES, Ribamar (org.). Literatura de cordel — Antologia. 2.ed., Fortaleza, Ministério do Interior/Banco do Brasil, 1983. LUYTEN, Joseph M. A ilustração na literatura de cordel; Comunicações e Artes (8), Escola de Comunicações e Artes, S.Paulo, 1979. LUYTEN, Joseph M. Para Ti Para Todos (7), Fund. VZW Jangada, Antuérpia, junho-1996 (ed. bilíngue português/holandês, monotemática, com diversos estudos) Data 30/05/2011 - indicada por Patrícia prof. do Curso de Letras da disciplina de Literatura e Lingua Portuguesa da Universidade de São Paulo. Evanildo Bechara29/05/2011 às 20:01Ontem, desanquei um acadêmico; hoje, aplaudo um outroEu e Picasso — sim, gente, o Pablo… — contestamos ontem aqui um medalhão da USP, José Luiz Fiorin, nessa história de “nós pega o peixe”. Gostei daquele post. Recomendo. Foi mais um entre dezenas que escrevi, todos em arquivo, demonstrando que: a) alguns especialistas em sociolingüística estão querendo levar ao ensino fundamental e ao ensino médio um debate que é para especialistas; b) estão confundindo a descrição de fenômenos de comunicação com normatização, como se uma coisa pudesse tomar o lugar da outra; c) há uma nefasta ideologização do ensino de língua portuguesa; d) dominar a norma culta da língua é sinal de liberdade, não de opressão. E o que diz a turma do barulho? “Esse Reinaldo não é especialista e fica se metendo no assunto! Esse cara pensa que sabe tudo!” Outros ainda são mais engraçados: “Agora você se superou na ignorância!” — e só isso; não dizem por quê. Pois é… Cursei Letras, além de jornalismo, como sabem. Tivesse levado a coisa adiante, talvez tivesse virado acadêmico, sei lá. Teria alguns probleminhas na área. Não sou preguiçoso, como vocês sabem. Isso contaria contra mim. Boa parte dos professores não vê a hora de descansar. Eu , quando descanso, fico aflito… Talvez fosse acusado de “produtivista”, hehe… Em tempo: os não-preguiçosos da academia, por razões óbvias, não têm por que se zangar. Adiante. Eu não sou especialista, a cachorrada tem razão. Mas Evanildo Bechara é um dos — se não for “o” — mais respeitados do país. Ele concede uma elucidativa entrevista a Roberta de Abreu Lima nas Páginas Amarelas da VEJA desta semana. Reproduzo um trecho. Parece que este não especialista (euzinho!) andou emitindo algumas opiniões suficientemente informadas a respeito. Leiam. Volto depois. O pernambucano Evanildo Bechara é um dos mais respeitados gramáticos da língua portuguesa. Doutor em letras e autor de duas dezenas de livros, entre os quais a consagrada “Moderna Gramática Portuguesa”, Bechara, de 83 anos, passou décadas lecionando português, lingüística e filologia românica em universidades do Rio de Janeiro, da Alemanha e de Portugal. Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), ele é, por profissão, um propagador do bom uso do português. A fala mansa de Bechara contrasta com o tom incisivo de suas críticas a certa corrente de professores entusiastas da tese de que é “preconceito lingüístico” corrigir os alunos. Diz Bechara: “Alguns de meus colegas subvertem a lógica em nome de uma doutrina que só serve para tirar de crianças e jovens a chance de ascenderem socialmente”. VEJA - A defesa que o livro Por ama Vida Melhor, distribuído a 500.000 estudantes ao custo de milhões de reais para o bolso dos brasileiros, faz do uso errado da língua deveria ter provocado uma revolta maior, não? BECHARA - A defesa que foi feita desse livro decorre de um equívoco. Estão confundindo um problema de ordem pedagógica, que diz respeito às escolas, com uma velha discussão teórica da sociolinguística, que reconhece e valoriza o linguajar popular. Esse é um terreno pantanoso. Ninguém de bom-senso discorda de que a expressão popular tem validade como forma de comunicação. Só que é preciso que se reconheça que a língua culta reúne infinitamente mais qualidades e valores. Ela é a única que consegue produzir e traduzir os pensamentos que circulam no mundo da filosofia, da literatura, das artes e das ciências. A linguagem popular a que alguns colegas meus se referem, por sua vez, não apresenta vocabulário nem tampouco estatura gramatical que permitam desenvolver idéias de maior complexidade - tão caras a uma sociedade que almeja evoluir. Por isso, é óbvio que não cabe às escolas ensiná-la. VEJA - Alguns de seus colegas consideram a norma culta um instrumento de dominação das elites… BECHARA - Isso não passa de ortodoxia política. Eles subvertem a lógica em nome de uma doutrina. É semelhante ao que uma corrente de comunistas russos apregoava quando Josef Stalin (1879-1953) chegou ao poder. Os comunistas queriam estabelecer algo como “a nova língua do partido”, um absurdo que enterraria a norma culta. O próprio Stalin condenou essa aberração e manteve a norma erudita, o imenso manancial dos grandes escritores russos, como a língua oficial da União Soviética. Agora, um grupo de brasileiros tenta repetir essa mesma lógica equivocada, empenhando-se em desvalorizar o bom português. VEJA - Qual o papel da norma culta de uma língua? BECHARA - Não resta dúvida de que ela é um componente determinante da ascensão social. Qualquer pessoa dotada de mínima inteligência sabe que precisa aprender a norma culta para almejar melhores oportunidades. Privar cidadãos disso é o mesmo que lhes negar a chance de progredir na vida. Para mim. o lingüista italiano Raffaele Simone, ainda em atividade, foi quem situou esse debate de forma mais lúcida. Ele critica os populistas que, ao fazer apologia da expressão popular, contribuem para perpetuar a segregação de classes pela língua. Pois justamente é o ensino da norma culta, segundo Raffaele, que ajuda na libertação dos menos favorecidos. Suas palavras se encaixam perfeitamente no debate atual. Voltei Quem me lê sabe que encontrou tais pontos de vista expressos aqui. Eu me sinto perfeitamente bem na companhia de Bechara — membro da comissão que cuidou da última reforma da língua portuguesa, diga-se, da qual discordei. Ainda não aderi. Quando for obrigatório, cumpro a lei. Mas ele é, de fato, um especialista, um estudioso. No meu primeiro post sobre este assunto, no dia 14 de maio, escrevi o que segue. Ainda volto: O neoesquerdismo do miolo mole, na sua fase de apologia do pobrismo, desistiu dessa bobagem. Esses vigaristas intelectuais estão certos de que o povo desenvolveu valores que lhe são próprios, que o distinguem da chamada “cultura da elite”. E deve ser respeitado por isso. A chegada do Apedeuta ao poder, com a sua compulsão de fazer a apologia da ignorância, parece dar razão prática a essa estupidez. Até parece que a complexa equação econômica em que se meteu o petismo, tendo de conservar os fundamentos do governo anterior, foi comandada por prosélitos do analfabetismo. Não foi! Ao contrário! Quem cuidou da operação foram pessoas com sólida formação intelectual. Dona Heloísa [Heloís Ramos, autora do livro "Por Uma Vida Melhor"], uma deslumbrada com o “povo”, não sabe quão reacionária está sendo; não tem idéia do autoritarismo que está na base de sua teoria. Não quero usar o exemplo pessoal. Mas sei de gente que se livrou da pobreza extrema apenas porque conseguia dominar determinados códigos de uma cultura que não seria própria àquela faixa de renda. Pessoas que desrespeitam os pobres fazem de sua pobreza uma cultura alternativa. Gente decente reconhece o valor intrínseco de certas conquistas - como o domínio da norma culta da língua - e luta para que o acesso a esse código seja um direito de todos. Encerro A turma da desqualificação fique sabendo: opino muito, sim, sobre muitos assuntos. Mas ponham uma coisa nesse miolo mole: eu estudo!!! A esmagadora maioria dos meus leitores, por exemplo, leu primeiro aqui, estou certo, a referência que Bechara faz a Stálin. Aliás, leram-na com as aspas atribuídas ao tirano: “Fizemos a revolução, mas preservados a bela língua russa”. Boa parte dos nossos esquerdistas não teria nenhum problema em endossar os crimes do Stálin; só discordam do bigodudo homicida na parte em que ele não agiu como um boçal… Leiam a íntegra da entrevista de Bechara na revista. Vale a pena. PS: Não preciso necessariamente que um especialista endosse um ponto de vista meu. A canalha é que costuma pedir o crachá de certas idéias. Data 03-06-2011
DICA IMPORTANTE DE LEITURA E PONTO ESSENCIAL À VALORIZAÇÃO DOS NOSSOS ARTISTAS QUE DEVEM SER MAIS VALORIZADOS. "Mas aquelas poucas palavras pareciam tê-lo deixado totalmente esgotado e, com um suspiro sonoro, cobriu o rosto com as mãos." (trecho da pg 137 obra de Alan Bradley por Flavia de Luce & Go - Artista) Este livro "O mistério da torta edição de 2010, apesar de estar colocado como literatura para público adolescente, segue um tipo de leitura, no mínimo, criteriosa o suficiente para lembrar Ernest Hemingway, uma vez que faz uma descrição minunciosa e detalhista das coisas materiais e sentimentos, feitos por uma garota de apenas 11 (onze) anos de idade. O conteúdo é fantástico, rico em palavras e traz um suspense romântico e expressivo até mesmo para adultos. Agora faço questão de destacar algo de suma importância, além da obra em si, e se faz à respeito à arte...da nossa arte, que é ocultada, mas que nós devemos valorizá-la, e para tal, destaco os desenhos das capas, feitas nada mais, nada menos do que um artista maravilhoso Go, e por ser humilde de sentimentos e excêntrico para o s olhos da fama, não é reconhecido. Como tenho ciência dos demais trabalhos deste artista, certamente o compararia à Tim Burton, para àqueles que o conhecem, quem não o conhece, temos trabalhos como " Edward mão de tesoura ", " Noiva Cadáver ", e muitos outros. Creio que todas as artes deveriam ser assinadas em baixo por Go, mas um medo incondicional de que ele se destaque e ultrapasse as próprias celebridades, fazem com que ele seja ocultado. Percebam os detalhes dos desenhos, as cores as expressões nos olhares da garota, o ambiente que se faz em volta dela, os pássaros, o teatro de marionetes...enfim, sem palavras para aqueles que entendem o mínimo que seja de arte, arte feita com alma e amor de verdade! Destaco este ponto, porquê me revolta ver tanto talento escondido, mas que de alguma forma pode ser mudada esta trajetória...e que não deixemos acontecer o que aconteceu com artistas como Beethovem, por exemplo, que foi reconhecido após anos de morto, por suas composições, entre outros maravilhosos pintores, artistas, etc. Hoje este grande artista brasileiro, com alma francesa, expõe sua arte em camisetas, quadros e outros artigos numa loja localizada na Rua Augusta, altura dos Jardins na Galeria chama-se Screems, além é lógico deste trabalho paralelo que faz para este escritor canadense Alan Bradley entre outros. Vale muito à pena vocês conhecerem a loja dele (Go) e portanto sua arte...acredito que temos mesmo que incentivar os artistas de verdade do nosso país, divulgando os seus trabalhos, que por vezes, são reconhecidos lá fora, e aqui dentro da nossa cultura não. Não deixem de ir na loja...com certeza levarão no mínimo um suvinir e pensarão como eu. | ![]() |
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