quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Este vazio que está dentro de nós...

Quando percebemos que algo está faltando dentro de nós e não sabemos exatamente o que é este algo, arrastamos como se fosse um pano de fundo este sentimento nos acompanha em nossas conquistas, projetos e relacionamentos. Ficando coberto, entretanto se há um pouco de silêncio interior ele pode se manifestar claramente, mas é certo que todos nós sofremos deste vazio interior, uns com mais intensidade, outros com menos.
Esta indefinível sensação de necessidade e carência foi descrita por vários campos de estudo; filosofia, literatura, psicologia.
Na mitologia grega a mãe de Eros, o desejo é a Penúria, a falta. Os gregos colocavam a carência como origem de tudo o que desejamos na vida e para eles este gosto de escassez, insuficiência, insatisfação é a grande faísca que dá partida às nossas ações, sonhos e planos, e de certa forma isso nos alivia, pois assim conseguimos nomenclaturar este sentimento e a vida pode se reorganizar de uma maneira diferente.
Podemos reconhecer o que nos incomoda e, mais que isso, observar como essa falta primordial é capaz de conduzir, nem sempre de uma maneira sábia, a maioria dos nossos movimentos existenciais, e com base nesta nova consciência é possível regularmos de forma mais equilibrada nossos desejos.
E se já sabemos o que origina este vazio, podemos administrar melhor quando admitimos que esta falta jamais seré preenchida com ilusões de natureza material ou emocional, e assim abrandamos à fome na qual nos atiramos ás coisas e ás pessoas.
Não se trata de suprimir o desejo, mas de transformá-lo; de desejar um pouco menos aquilo que nos falta, e um pouco mais aquilo que temos; de desejar um pouco menos o que não depende de nós e um pouco mais aquilo que de fato depende.