Língua
oficial de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste, o português está entre os
dez idiomas mais faladas no mundo, de acordo com a CPLP (Comunidade de
Países de Língua Portuguesa). Nos últimos anos, ele tem sofrido
influência direta da internet, e o advento das redes sociais
deu um empurrão nesse quadro.
"Prejudica o ser humano num modo
geral", adverte Inês Perna, executive search da Case Consultores. Para
ela, que trabalha há mais de 20 anos com recrutamento, falando com
perfis que vão dos jovens aos mais experientes executivos, "as pessoas
esquecem como se faz".
Inês considera que os internautas têm
desaprendido o português e a linguagem escrita sofre com isso, mas ela
salienta que há mais ou menos atenção dependendo do tipo de rede social
em que se está escrevendo. Num LinkedIn, por exemplo, as gírias da rede
praticamente não entram.
"Ouço
muitas pessoas falando que a exposição ao português errado pode
influenciar negativamente as pessoas. Mas estamos muito mais expostos ao
português correto do que o contrário. Isso influencia positivamente?
Pelo visto não, certo? Então por que o contrário seria verdadeiro?",
questiona Bia Granja, curadora do youPIX Festival, dado como maior
evento de cultura de internet do Brasil.
Bia é autora de um manifesto que defende o direito de usar expressões da rede sem culpa. Ao
Olhar Digital,
ela explica: "Meu argumento é em relação à importância de garantir
liberdade de voz, mesmo pra quem não conhece todas as regras gramaticais
existentes e que, diga-se de passagem, são convenções e não leis
imutáveis."
Mas será que o uso persistente desse novo idioma não
pode confundir a pessoa na hora de tentar um emprego? O internauta sabe
lidar com a diferença entre se comunicar pela rede com qualquer um e
falar com recrutadores? "No LinkedIn, a gente vê posts com alguns erros
de ortografia. Num Facebook, Twitter isso é mais permissivo, porque
aquilo não é lugar para contato profissional", aponta Inês.
Reduzir
palavras, por exemplo, já faz parte do cotidiano de quem é ativo na
internet. O que para alguns pode ser visto como aberração aceita, outros
enxergam como evolução natural da língua. De qualquer maneira, seu uso é
proibido no contato profissional, a não ser em caso de comunicação
interna. "Mas não aquela coisa de substituir um acento agudo por um h",
aconselha a executiva.
"Abreviação de palavras nasceu com a
internet? Não! O 'vc' que usamos hoje é uma abreviação de 'você', que é
uma abreviação de 'vancê', que é uma abreviação de 'vosmecê', que
abrevia 'vossemecê', que abrevia 'vossa mercê'. Ou seja, a língua sempre
se adapta ao estilo de vida daqueles que a usam", complementa Bia. "E,
convenhamos, esse estilo e os meios estão cada vez mais velozes, não?"
Em 2010, o dicionário Aurélio incorporou verbetes do ambiente digital
,
as chamadas expressões "wébicas". Entre eles estão palavras como
"e-book", "tablet", "pop-up", além dos verbos "tuitar" e "blogar". Os
substantivos "fotolog", "bluetooth", "blu-ray disc" e "blu-ray player"
também foram incluídos.
"Se você for pensar, 'tuitar' é bem mais
uma palavra técnica do que 'wébica': existe uma rede social chamada
Twitter, quando você posta algo ali você 'tuíta', portanto o verbo
'tuitar' é tão verbo quanto 'dormir', 'imprimir', 'digitar', 'clicar'",
expõe a curadora do youPIX, para quem "novos comportamentos exigem novos
verbos".
Inês não vê sinais de doença no português, ele é
adaptável; e o neologismo existe muito antes de a internet ser criada.
Ela ressalta que na agilidade as pessoas erram e acabam não corrigindo,
então às vezes o problema nem é a linguagem, mas os erros de digitação.
Além do mais, lembra ela, "a internet nunca vai ser tão formal quanto a
carta".
Após ler esta matéria indignei-me ainda mais, haja vista que a nova era digital bem pouco têm tido dos ensinamentos tradicionais da língua portuguesa.
Ocorre que esta ausência do tradicionalismo no aprendizado oculta ainda mais a forma correta de se escrever ou falar.
Certamente além de colaborar para uma ignorância digital, ajuda também na ociosidade destas crianças e jovens, pois até mesmo a palavra curta "você" é abreviada como "vc". Enfim, a tendência certa é uma sociedade do: "dar-se um jeitinho" com pessoas obesas, ora, ficam por hora na frente de computadores sem exercitar-se fisicamente, e nem mesmo as palavras conseguem exercitar as mãos, o cérebro para escrevê-las...afff
É muito triste ainda, saber que o dicionário oficial acate tal atentado contra a língua portuguesa.
Não sou contra a digitalização, mas sim de como ela é vista e aplicada: o que não podemos aceitar é uma manipulação computadorizada, através de discursos mascarados de liberalistas, mas que ocultam um domínio global de indivíduos viciados em redes sociais e demais passatempos do gênero.
Por favor saibam usar a tecnologia a favor da Educação e não contra. É isso.