A solidão às vezes se faz necessária para que possa ajustar a vida.
As aspirações que tinha nunca foram realizadas, de repente me percebi mais velha e nem metade daquilo que ansiava na juventude realizei.
Então começam as depressões: uma atrás da outra.
Sabe a idealização daquela casa antiga em Pinheiros, adornos ornamentados da época vitoriana, a banheira de pezinhos, um carro antigo na garagem, viagem para França, o príncipe encantado...nada de nada.
Então o que aconteceu com todas aquelas aspirações? Afinal?
Em algum momento da vida se perdeu e você nem se deu conta. É terrível!! O que eu estava fazendo? Por que não lutei? E agora...se o mundo realmente acabar no dia 21 de dezembro. O que eu consegui, o que eu fiz e principal na mente e coração de quem estarei...ou não estarei? O que fiz de bom para este mundo?
Sinto-me um fantasma que vive numa realidade irreal, numa vida que não é minha e me arrasto entre correntes que são afagadas pelo malévolo abraço do álcool e a noite que escurece minhas lembranças, de uma vida que na verdade nunca tive e que não terei.
Por deus, se é que existe um, nem o álcool tem dado mais conta de tanta tristeza, solidão e amargura.
Só resta mesmo esperar o inesperado e continuar a morte vil e lenta.