domingo, 3 de julho de 2011

O significado do rio Lete na mitologia " esquecimento " Schopenhauer


 Rio Lete:

Na Grécia Antiga, Lete ou Lethe,  literalmente significa "esquecimento". Seu oposto é a palavra grega para "verdade" - alétheia (αλήθεια). 
Na mitologia grega Lete é um dos rios do Hades. Aqueles que bebessem de sua água experimentariam o completo esquecimento.

Lete é também uma das náiades, filha da deusa Eris, senhora da discórdia, irmã de Algos, Limos, Horcus e Ponos.
   
Algumas religiões esotéricas ensinavam que havia um outro rio, o Mnemósine, e beber das suas águas faria recordar tudo e alcançar a onisciência. Aos iniciados, ensinava-se que, se lhes fosse dado escolher de que rio beber após a morte, deveriam beber do Mnemósine em lugar do Lete. Os dois rios aparecem em vários versos inscritos em placas de ouro do século IV a.C. em diante, em Turios, no sul da Italia, e por todo o mundo grego.
Rio Lete: 
 O Rio Lete (do grego Λήθη Lếthê, "esquecimento" ou "ocultação") é um rio do Hades onde quem
bebia, esquecia-se das vidas passadas.
Logo o Lete passou a simbolizar o esquecimento.   
A sua localização no Hades é contraditória, em algumas versões o lete está nos Campos Elísios, seus habitantes ficariam no paraíso por 1000 anos até apagar-se tudo de terreno neles, depois disto bebendo do lete esqueciam toda a sua vida e reencarnavam ou realizavam metempsicose - reencarnar em animais. Em outras versões o lete ficava em um "campo" no Hades, um local de melancolia, onde os mortos não sofriam tormentos. Apesar de ser mais aceita sua localização nos Campos Elísios.
O rio Lete na Divina Comédia:
A Divina Comédia de Dante Alighieri envolve tradições gregas e católicas. Na segunda parte da obra, Purgatório, o Lete aparece como um rio de cujas águas os pecadores tinham de beber para apagarem seus pecados e entrarem no Céu.




Reflexão e analogia sobre o trecho do livro de Schopenhauer: " Da morte, metafísica do amor, do sofrimento do mundo "


" O que o sono é para o indivíduo, a morte é para a vontade enquanto coisa em si. Ela não resistiria a continuar por toda uma eternidade as mesmas atribulações e sofrimentos, sem ganho verdadeiro, se lhe restassem recordação e individualidade. Ela renuncia a eles - isso é o Lete - , e restaurada pelo sono da morte, munida de um outro intelecto, ressurge coma forma de um novo ser: " um novo dia, atrai novas margens! " (Schopenhauer)

Neste trecho, o filósofo compara a filosofia da morte com o rio Lete que representa o esquecimento na mitologia grega.
Deixa claro, que jamais conseguiria o ser humano viver eternamente, numa vida cheia de atribulações, angústias, desamores, devaneios, sofrimentos...e para tal, devemos perecer um dia, ou seja, morrer.
Mas no sentido de morrer, para renascer. Como se nos banhássemos nas águas do Lete, o rio do esquecimento, e por tal feito, nos esqueceríamos da vida anterior e portanto das dores e mágoas vividas nela.
Novas margens, vida nova, e jaz a dor e o sofrimento deixados nas águas do rio Lete.
Aspiro todas as noites para que encontre este rio em algum lugar dos meu pouco sono que se faz pesadelo, para encontrar , quem sabe este tal rio Lete, e esquecer tudo o que de dor e sofrimento causei à tantos, e tenho causado à mim...mas o máximo que encontro é o rio Tietê, fétido e com a visão distonada da cidade em que moro...triste, cinzenta, poluída São Paulo, tal como minha alma o está.

(Por Ana Paula L.)
 

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