segunda-feira, 31 de março de 2014

Minha filha Patinha - uma história de amor

Estou eu aqui sem conseguir dormir pensando na minha Patinha...
Bom esta gatinha cinza é uma de minhas filhinhas. Eu a adotei ano passado, meio que sem querer; enquanto fazia compras numa loja, o vendedor saiu com uma coisinha fofa pequenininha nos braços, então eu elogiei e ele sem demora disse se eu a queria de presente. Eu sorri e achei que fosse uma piada, mas ele me contou que não tinha como ficar com o gatinho e que só havia pego porque um jovem drogado ao passar na calçada judiava do animalzinho, então ele ofereceu R$5,00 reais e a comprou para salvá-la.
Fiquei mexida com a história e além disso sabia que se não a levasse comigo ela iria para nas mãos erradas ou num abrigo e rua de novo, enfim adotei sem delongas.
Levei-a no veterinário, cuidei como deveria, mas de um mês para cá ela começou a fazer xixi pela casa toda, inclusive em cima de cama, roupas...uma loucura.
Liguei para doutora que me orientou a castrá-la para que ela parasse com o hábito provocado pelo cio longo da gatinha.
Ai e aqui estou eu...preocupada e pensando que a esta alturas ela está em jejum, sozinha numa casinha e longe da família...snif, snif, snif.
Ela ainda é tão bebezinha, frágil...pimenta mas carinhosa e miadeira. Parece até que estou ouvindo minha Patinha me chamar.
Nesta altas horas peço forças para passar por mais este desafio...ficar longe da minha filha e ainda por cima saber que ela fará uma castração...mesmo sabendo que será para o bem dela estou temerosa.
Vou rezar a São Francisco de Assis para que ilumine e dê forças para minha Patinha e eu.


Meu São Francisco de Assis 
Protetor dos animais 
Olhai por nós que rogamos 
Vossa bênção e muita paz. 

Olhai os abandonados 
Sofrendo agruras nas ruas 
E os que puxam carroças 
Açoitados nas ancas nuas. 

Pelos pobres passarinhos 
Que não podem mais voar 
Presos em rudes gaiolas 
Só porque sabem cantar. 

E as cobaias de laboratório 
Que sofrem dores atrozes 
Em experiências terríveis 
Que lhes impõem seus algozes. 

Pelos que são abatidos 
Em matadouros insanos 
Para servir de alimento 
Aos que se dizem humanos 

Olhai os que são perseguidos 
Sem piedade nas florestas 
Só por causa da ambição 
Dessas caçadas funestas. 

Pelos animais de circo 
Que não têm mais liberdade 
Presos em jaulas minúsculas 
À mercê de crueldade. 

Olhai os bois de rodeio 
E os sangrados nas touradas 
Barbárie e crimes impostos 
Por pessoas desalmadas. 

Pelos que têm de lutar 
Até a morte nas rinhas 
Quando o homem faz apostas 
Em transações tão mesquinhas. 

Olhai para os que são mortos 
Nos macabros rituais 
Em altares religiosos 
Que usam sangue de animais. 

Meu bondoso protetor 
Oro a vós por meus irmãos 
Para que sua dor e tristeza 
Não sejam sofrimentos vãos



O Olhar para trás



Nem surgisse um olhar de piedade ou de amor
Nem houvesse uma branca mão que apaziguasse minha fronte palpitante...
Eu estaria sempre como um círio queimando para o céu a minha fatalidade
Sobre o cadáver ainda morno desse passado adolescente.

Talvez no espaço perfeito aparecesse a visão nua
Ou talvez a porta do oratório se fosse abrindo misteriosamente...
Eu estaria esquecido, tateando suavemente a face do filho morto
Partido de dor, chorando sob o seu corpo insepultável.

Talvez de carne do homem prostrado se visse sair uma sombra igual à minha
Que amasse as andorinhas, os seios virgens, os perfumes e os lírios da terra
Talvez...mas todas as visões estariam também em minha lágrimas boiando
E elas seriam como óleo santo e como pétalas se derramando sobre o nada.

Alguém gritaria longe: "Quantas rosas nos deu a primavera!..."
Eu olharia vagamente o jardim cheio de sol e de cores noivas se enlaçando
Talvez mesmo meu olhar seguisse da flor o voo rápido de um pássaro
Mas sob meus dedos vivos estaria a sua boca fria e seus cabelos luminosos.
Rumores chegariam a mim, distintos como passos na madrugada
Uma voz cantou, foi a irmã, foi a irmã vestida de branco! - a sua voz é fresca como o orvalho...

Beijam-me a face - irmã vestida de azul, por que estás triste?
Deu-te a vida a velar um passado também?

Voltaria o silêncio - seria uma quietude de nave em Senhor Morto
Numa onda de dor eu tomaria a pobre face em minhas mãos angustiadas

Auscultaria o sopro, diria à toa - Escuta, acorda
Por que me deixaste assim sem me dizeres quem eu sou?

E o olhar estaria ansioso esperando
E a cabeça ao sabor da mágoa balançando
E o coração fugindo e o coração voltando
E os minutos passando e os minutos passando...

No entanto, dentro do sol a minha sombra se projeta
Sobre as casas avança o seu vago perfil tristonho
Anda, dilui-se, dobra-se nos degraus das altas escadas silenciosas
E morre quando o prazer pede a treva para a consumação de sua miséria.

É que ela vai sofrer o instante que me falta
Esse instante de amor,de sonho, de esquecimento
E quando chega, a horas mortas, deixa em meu ser uma braçada de lembrança
Que eu desfolho saudoso sobre o corpo embalsamado do eterno ausente.

Nem surgisse em minhas mãos a rósea ferida
Nem projetasse em minha pele o sangue da agonia...
Eu diria - Senhor, por que me escolheste a mim que sou escravo
Por que me chegaste a mim cheio de chagas?
Nem do meu vazio te criste, anjo que eu sonhei de brancos seios

De branco ventre e de brancas pernas acordadas
Nem vibrasses no espaço em que te moldei perfeita...
Eu te diria - Por que vieste te dar ao já vendido?

Oh, estranho húmus deste ser inerme e que eu sinto latente
Escorre sobre mim como o luar nas fontes pobres
Embriaga o meu peito no teu bafo que é como sândalo
Enche o meu espírito do teu sangue que é a própria vida¹

Fora, um riso de criança - longínqua infância da hóstia consagrada
Aqui estou ardendo a minha eternidade junto ao teu corpo frágil!

Eu sei que a morte abrirá no meu deserto fontes maravilhosas
E vozes que eu não sabia em mim lutarão cotra a Voz.

Agora porém estou vivendo da tua chama como a cera
O infinito nada poderá contra mim porque de mim quer tudo
Ele ama no teu sereno cadáver o terrível cadáver que eu seria
O belo cadáver nú cheio de cicatriz e de úlceras.

Quem chamou por mim, tu, mãe? Teu filho sonha...
Lembras-te mãe, a juventude, a grande praia enluarada...
Pensaste em mim mãe? Oh udo é tão triste
A casa, o jardim, o teu olhar, o meu olhar, o olhar de Deus...

E sob a minha mão tenho a impressão da boca fria murmurando
Sinto-me cego e olho o céu e leio nos dedos a mágica lembrança
Passastes, estrelas...Voltais de novo arrastando brancos véus
Passastes, luas...Voltais de novo arrastando negros véus...

Por: Vinicius de Moraes

Análise textual:

Esta bela e profunda poesia trata-se de uma das obras do imortal Vinicius de Moraes.

Ao meu ver ela transmite na sua mais profunda essência o passado com todos os seus amores, desamores, tristezas, alegrias e sempre a observação bela nos detalhes da natureza.
O que mais parece doer é a ausência de um sentimento de amor que o torna frio, cadavérico.
Percebe-se também um sofrimento que ele vê no outro por ver ele mesmo sofrer, e nada melhor do que alguém para sentir tal amor incondicional do que a própria mãe, e também os demais entes da família, de certa forma importantes no contexto dele.

Reflexão:
Toda poesia tem na sua ficção travestida uma verdade triste da vida.
Ao ler esta obra me vi na pele dele e a dor de perder momentos e pessoas, juventude...enfim transforma-nos como um tipo mesmo de cadáver, e ao que demonstrava um futuro antes no passado, já não mais é amanhã é presente negro da vida: a morte.
Mas antes os encontros, juventude e os desencontros.
Sempre impera o vazio, a solidão.

(Pour Anna)


segunda-feira, 24 de março de 2014

Dicas de como aprender a gostar de ler

Gostar de leitura, incorporando às atividades de todos os dias é como ter em mãos a possibilidade de viajar...de se deixar levar pela narrativa, conhecendo gente, situações e terras em tudo diferentes, podendo com eles se identificar e acreditem são tantas as semelhanças
De acordo com a intensidade do contato, é grande a possibilidade desse jovem adulto se sentir interessado de ler temas e autores diferentes, até para descobrir com quais mais se identifica"
Ler é um hábito poderoso que nos faz conhecer mundos e ideias.
 Há um senão, porém: quanto mais se avança na idade, mais o tempo se mostra curto para fazer tudo o que se tem vontade.
Ler é bacana, tudo bem, mas como conciliar a agenda diária com a disponibilidade de ler o que faz bem ao coração - e não apenas à carreira?
Muitas vezes leitores adultos concentram a leitura nas obras que são extensão do trabalho - os chamados livros técnicos e em outros casos, acontece o contrário, e o interesse é totalmente dirigido para os livros de ficção(comerciais).
Bom a recomendação de um especialista?
É importante dividir o tempo de cada leitura, evitando o contato só com o livro didático ou só com o romance, até porque há outras coisas na vida.
O essencial é encontrar o equilíbrio.

O que você deve fazer para intensificar o vínculo com a leitura no seu cotidiano:

1)Pedir dicas;
2)Conversar a respeito;
3)Ser crítico;
4)Conhecer as editoras;
5)Ler junto;
6)Viajar com os livros.
Agora como fazer seu filho gostar de ler? Segue abaixo algumas dicas:
Primeiro: mesmo antes de seu filho ser alfabetizado é importante que o mesmo tenha contato com livros. Os mais indicados são aqueles que possuem apenas desenhos, de preferência fábulas, pois as crianças são atraídas pelas histórias com animais; cria-se a ideia da interpretação para que os desenhos formem uma história.

Caso a criança apenas babe nas folhas e rasgue os livros, tudo bem pois também faz parte do processo de aprendizado e logo a criança descobrirá algo mais interessante para fazer com as folhas

Segundo: no início da alfabetização é fundamental criar o hábito da leitura e o recomendado é fornecer livros com muitas ilustrações e poucas letras aumentando o número de palavras aos poucos.

Terceiro:histórias em quadrinhos é a base de qualquer criança feliz e é normal que a criança pegue birra de livros quando começar a estudar ciências sociais e biológicas. E ótimo que seu pré-adolescente tenha momentos de lazer deitado no sofá lendo.
Quarto: é importante fazer amigos, isso você sabe, mas não apenas para desenvolver o lado social da criança, o grande lance da amizade é criar vínculos afetivos além das pessoas.
O contato interpessoal estimula o descobrimento de atividades extras como o esporte, a música, o sexo ou as borboletas albinas da era paleozoica. E tudo isso incita à leitura, atraindo o interesse.
Para exemplificar: se seu filho começa a gostar de futebol e torce pelo Palmeiras é normal que folheie o jornal atrás de informações sobre o Palmeiras e isso ativa a leitura e pode provocar o interesse por qualquer outro assunto que esteja no jornal.
Quinto: com a cultura adquirida na leitura, seu filho/filha será muita mais interessante ao olhar de parceiros em potencial. O quê criará um ciclo agradabilíssimo:quanto mais leitura > mais cultura > melhor nota na escola > maior autoestima > vai pegar mais mulher/homem > maior facilidade para arrumar emprego > mais dinheiro > melhor qualidade vida.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Viva o Outono!

No dia 20 de março quinta-feira, mais especificamente ontem, chegou o outono.
Eu particularmente amo esta estação, bem como o mês de março.
Tudo fica visualmente mais romântico, as folhas secas caídas ao chão, o ar mais fresco e o vento soprando forte, cantarolando em nossos ouvidos e fazendo as plantas dançarem num movimento clássico e único.
Minha vontade é chegar no fim da tarde sair caminhando pelas ruas do centro de São Paulo, beirando à praça da República e sem pressa contar as folhinhas que vão caindo das árvores...enquanto deixo-me agraciar pelo frescor do vento, creio que vou mesmo fazer isso algum dia desta semana, em que o tempo esteja mais friozinho.
Bom em virtude desta minha paixão por esta estação do ano, resolvi pesquisar e escrever um pouco sobre a chegada do Outono.
Começando por Equinócio que significa o momento em que o sol incide com maior intensidade sobre as regiões que estão localizadas próximo à linha do equador.
O termo tem origem na junção dos termos latinos saequus (igual) e nox (noite). 
Quando ocorre o equinócio, o dia e a noite têm igual duração(exatamente 12 horas).
O equinócio ocorre durantes os meses de março e setembro, quando há mudança de estação. 
No momento do equinócio, a luz solar incide de igual maneira sobre o hemisfério norte e sobre o hemisfério sul.
No hemisfério sul, o equinócio que ocorre em março (dia 20 ou 21), marca o início do outono e o de setembro (dia 22 ou 23), marca o início da primavera. No hemisfério norte acontece situação inversa, em setembro inicia o outono e em março, a primavera.
O dia do equinócio de primavera e de outono pode variar de ano para ano, devido ao ano solar (trópico) ter 365 dias e mais algumas horas (365d 5h 48m 46s).
Portanto, o equinócio de outono (ou ponto Libra) acontece no hemisfério que transita do verão para o outono e o equinócio de primavera (ou ponto Vernal) acontece no hemisfério que passa do inverno para a primavera.
Graças ao fenômeno da precessão dos equinócios, estes não têm uma posição fixa, e se deslocam um pouco todos os anos.
Música para se ouvir no outono de uma das bandas francesas com a face da própria estação Collection D'rnell Andrea...


quarta-feira, 19 de março de 2014

Hoje dia dos 72 anjos na Terra


Os anjos são são seres maravilhosos, iluminados, que passam pelo umbral para resgatar as almas que lá se encontram.
São em 72 e a cada dia do ano, um deles está presente aqui na Terra para nos abençoar.
Existem cinco dias no ano em que todos eles estão juntos aqui na Terra: 05/01, 19/03, 31/05, 12/08 e 24/10.
Sabe quem é o poderoso de hoje? São Miguel, ele e os outros 71 estarão aqui conosco o dia todo só para nós.
Peça a todos eles tudo o que você deseja: paz, saúde, amor, dinheiro e prosperidade.
Você deve estar se perguntando como se comunicar com eles. Nossa comunicação com os Anjinhos pode ser através de uma vela branca ou orando o Salmo 119.
Mas você tem que estar alegre. Um anjo só fica perto de uma pessoa que sorri gostoso, de verdade. Não adianta fazer pedidos para os Anjos com dor.
Não se preocupe com a quantidade de pedidos. O importante é que você os faça com o coração e com a alma. Deus sabe muito bem de que necessitamos. Se pedirmos com amor, Ele dá!
Coloque seu dedo indicador na parte superior dos lábios, bem no centro, naquela marquinha, ore um “Pai Nosso” e peça aos Anjinhos ternura em seu coração e alegria para sua vida.
As árvores são casas dos Anjos, elas interagem o tempo todo com a gente, estão aqui para curar as feridas da alma. Abrace uma árvore sempre que puder.
Temos também a oração dos Anjos para se fazer hoje. Oração do Santo Anjo: “Santo Anjo do senhor meu zeloso e guardador se a ti me confiou a piedade divina hoje e sempre me rege, me guarde, me governa e me ilumina, Amém”.
Acredite nos Anjos porque eles existem. Ouça músicas de Mozart, ele era o queridinho dos Anjos e faça seus pedidos com fé.

segunda-feira, 10 de março de 2014

D.-pressiv - Dein Verlangen


Músicas como esta me fazem refletir o quanto de inspiração é preciso para que o ser humano componha tão poeticamente num ritmo que chega a fazer-nos viajar num frenesi de lembranças.
Dica de hoje...simplesmente ouçam!


sábado, 8 de março de 2014

Dia das Mulheres - 8 de março


Muitas pessoas acreditam o dia da mulher ao incêndio na fábrica têxtil da Triangle Shirtwaist, que coincidentemente também ocorreu na cidade de Nova York no dia 25 de março de 1911, onde 146 trabalhadoras morreram queimadas por não conseguirem sair a tempo de dentro da fábrica.
Erroneamente acreditam que essa tragédia foi um ato de tirania do empregador que trancou as mulheres e ateou fogo por elas exigirem melhores condições de trabalho. Essa história é falsa e nunca ocorreu, o incêndio sim e as mortes são verídicos, mas foi um trágico acidente.
Depois desse acontecimento, nas décadas de 20 e 30 houveram algumas comemorações, mas pouco a pouco no mundo machista do inicio do século XX as mulheres foram perdendo sua voz e a data caiu no esquecimento.
Foi graças as grandes transformações ocorridas nos anos 60 e com o fortalecimento do movimento feminista, a posição da mulher na sociedade mudou drasticamente e ela deixou de ser apenas mãe e dona de casa para se transformar em líder, executiva e dona de direitos antes jamais sonhados que as colocaram em igualdade com os homens.
Com lei Maria da Penha 11.340 impetrou-se mais respeito, mas não o suficiente com relação aos direitos das mulheres:
"Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências."
Feliz dia das mulheres para todas as minhas amigas,em especial a maior delas e mais especial: minha mãe Rosemeire.

quinta-feira, 6 de março de 2014

Melodia sentimental (Villa-Lobos) - Coro Madrigale


Isso faz parte simplesmente do que temos de melhor em nosso país, mas pouco se valoriza.
Aliás para quem não conhece, vale a pena pesquisar as obras(composições) de Villa Lobos...
Minha opinião: um mestre de muito orgulho ao Brasil.

Sanctorium - The Depths Inside [Full Album]


Enquanto isso madrugada a dentro, inspiro-me a escrever e escrever.
Sempre procuro espaço neste horário quando me ocupo da próprio eu e busco lá no fundo reflexões, críticas, poesias, lembranças, mas sobretudo o amor pela arte de escrever.
Sozinha, num silêncio por vezes acompanhado de boa música...como esta.
Apenas para deixar os escritos do meu amor pela arte. Talvez uma das mais antigas...não sei.
Mas de fato bela e camaleônica.

...Pour Anna


quarta-feira, 5 de março de 2014

O que é afinal a quarta-feira de cinzas?


De origem puramente religioso ou mais um motivo de manipulação?
O fato é que algumas pessoas usam para estender o feriado de carnaval, apesar de não ser lei, muitas empresas dão o dia para os funcionários.
Na quarta-feira é celebrada a tradicional missa das cinzas e esta cinzas utilizadas neste ritual provêm da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. 
A estas cinzas mistura-se água benta. De acordo com a tradição, o celebrante desta cerimônia utiliza essas cinzas úmidas para sinalizar uma cruz na fronte de cada fiel, proferindo a frase “Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás” ou a frase “Convertei-vos e crede no Evangelho”.
Ainda na quarta-feira de Cinzas e na sexta-feira santa a Igreja Católica aconselha os fiéis a fazerem jejum e a não comerem carne, tradição esta que já existe há muitos anos e tem como propósito fazer com que os fiéis tomem parte do sacrifício de Jesus.
Assim como Jesus se sacrificou na cruz, aquele que crê também pode fazer um sacrifício, abstendo-se de uma coisa que gosta, neste caso, a carne e no meu caso seria o chocolate...rsrsrs
Cada um segue o que quer seguir, mas nem todo mundo consegue discernir o que de fato existe e o que é inventado.
A verdade é triste e está satirizada numa realidade séria na imagem acima...
Uma vida miserável, acalentada por ilusões, ora de futebol, ora de funk ou mesmo de carnaval, enquanto isso os poderosos mantém o controle sob as massas e sem perceber são escravizadas por variados entertenimentos ou estórias criadas por religiões inventadas...
E o que resta disso tudo? Cérebros domados e que no fim viram pó, ou melhor, cinzas.
Não seria este o significado real da quarta, quinta, sexta...e todos os dias assim consecutivos da semana, transformados em cinzas?

domingo, 2 de março de 2014

Programem-se para dia 15 de março: especial sobre David Bowie


Anotem em suas agendas, fãs do camaleão do rock, assim como eu.
Dia 15/03 na canal Globo News farão um especial do David Bowie no programa Starte.
Neste caso, vale a pena assistir a Globo!
Segue a dica.

A nova moda do cigarro eletrônico: fumar ou não fumar, eis a questão.



O cigarro que pode ser denominado como pós moderno, contemporâneo ou mais uma invenção da nova era tecnológica? 
Ao ler a matéria na revista "Carta Capital" a qual tenho confiança quanto à idoneidade de suas matérias, fiz algumas reflexões e considerações pessoais sobre o polêmico e atua assunto.
Comum ver pessoas na Europa acenderem o cigarro, que mais parece uma caneta e soltarem uma fumaça idêntica à emitida ao se fumar um cigarro tradicional ou diria do passado anos 80. 
Este cigarro eletrônico imita a sensação de fumar, oferece ao fumante sua dose diária de nicotina e evita a inalação das 4,5 mil substâncias cancerígenas e nocivas à saúde.
Parecia ser a solução ideal para quem tentava largar o tabagismo, sem sucesso.
Muita propaganda acerca deste cigarro inovador tornou-se cada vez mais intensiva e atrativa.
Os fumantes eletrônicos começaram a se aventurar, com fumaça e tudo, em ambientes até hoje proibidos por força da lei: restaurantes, lojas, teatros, museus, sem o mínimo pudor ou a menor sensação de culpa. 
Recentemente, no entanto, um estudo publicado na revistaNew England Journal of Medicine contestou a segurança tão alardeada dos cigarros eletrônicos e como ponto inicial, lembraram os autores do estudo que as poucas pesquisas científicas realizadas com equipamentos de fumo eletrônico mostraram que existiam, mesmo em concentrações reduzidas, traços das temíveis substâncias cancerígenas. 
Qual seria o impacto dessas poucas substâncias na saúde dos fumantes eletrônicos, após anos de uso? A resposta deixa uma lacuna, pois isso ninguém sabe ainda dizer ao certo.
Mas não pensaram duas vezes antes de investirem em propaganda e ganhar mais dinheiro em cima de algo aparentemente prazeroso e atrativo, mascarando a real intenção e de certa forma andando para trás num túnel do passado anos 80, onde as propagandas de cigarros eram lindas. 
Quem viveu naquela época e não se lembra da marca Marlboro, um belo homem de chapéu de aparência saudável cavalgando no seu cavalo e acendendo seu cigarro?
Pois é foi um tempo que fumar era símbolo de "ostentação", chique. E com esta ideia inúmeros adolescentes, adultos que não tinham o hábito, passaram a fumar por modismo e acabaram viciando o organismo. Sendo mais trágica ou diria, realista, grande parte está com algum tipo de câncer ou já morreu.
As vezes me parece uma jogada estratégica do governo para inimizar mesmo o número de pessoas vivas e além disso ganhar numerário, e a história de um "nazismo" mascarado continua...
O segundo ponto salientado pelos cientistas é que o uso do cigarro eletrônico não constitui um programa eficaz na resolução do vício da nicotina e pelo contrário, o indivíduo continua tão viciado quanto. 
Resumo da ópera: o cigarro eletrônico substitui o fumo clássico, mas não o elimina, e ainda pior, já surgem pesquisas confirmando que, na impossibilidade de se conseguir reposição da nicotina (refil) do cigarro eletrônico – fato comum no Brasil –, o fumante imediatamente retorna ao cigarro convencional, não consegue viver sem sua prazerosa nicotina.
Mas o pior ponto seria a reversão de todos os sucessos já alcançados nas campanhas contra o tabagismo. Eliminar a possibilidade de acender o cigarro em local público, soltar a fumaça, contaminar os vizinhos fumantes passivos, e estigmatizar o fumante, foram os pilares dos programas que resultaram em clara redução do fumo.
Um estudo recente demonstrou claramente que os adolescentes muito jovens estão cada vez mais fumando cigarro eletrônico, e imediatamente o trocam por cigarro convencional. Seria um tiro que saiu pela culatra? 
A verdade é que devemos ter cautela e aguardar estudos mais aprofundados sobre o assunto para esclarecer o papel real do cigarro eletrônico no controle da epidemia de tabagismo e na diminuição da mortalidade decorrente da inalação dessas fumaças.

sábado, 1 de março de 2014

Conto: A praça do Morcegão

Lá estava a mulher, em plena maturidade dos seus trinta e poucos anos, bonita ainda, esteticamente falando, mas esquecida pelo mundo.
Apesar das poucas conquistas, no decorrer de sua vida, conseguiu formar uma família e obter casa, carro, enfim, aquilo com o qual a maioria das pessoas intentam para o resto de suas vãs existências.
No entanto, as lembranças a perseguiam e faziam-na pisar e cortar a pele dos pés, como se fossem cacos de vidro quebrados ao chão que sangrava incessantemente e chegava até o coração.
Ela encharcava os olhos verdes embargados pela dor mensurado ao imenso oceano da saudades.
Pensava o quão tolas eram as pessoas; porque no momento daqueles sonhos pré adolescentes queriam tanto ter uma vida plena em família, com uma casa e um belo carro na garagem e  daí pronto, tudo seria perfeito.
Mas a verdade é que não sabiam de nada, nada era de fato daquele jeito.
As coisas, pessoas, tudo aquilo, ora sonhado no passado não passava de mera ilusão.
Felicidade utópica e temporal, sentimentos criados em laboratório pelo homem pós moderno e só.
E esta mulher? Oras, não passava disto mesmo...criação de laboratório. Sua vida era uma farsa!
Continuou dirigindo numa velocidade morosa, haja vista o trânsito intenso, ponto marcante das grandes cidades como São Paulo.
Acendeu o cigarro e manteve os vidros fechados, mesmo sentindo-se sufocada pela fumaça aguentou firme a poluição interna que ela própria provocara por conta do medo da violência, espalhada pelas ruas e avenidas urbanas.
Enquanto ouvia a bela composição clássica russa de Rachimanivov, percebera que precisava de algo a mais naquela tarde de tempo abafado e cinzento e que não somente sua rotina doméstica preencheria. Algo especial que abraçasse sua alma e levasse sua dor...então o farol abriu e o trânsito fluiu lentamente.
Sem direção certa, deixou-se levar e repentinamente, tomou um outro rumo a caminho de algum alento ou resposta.
Voltou no ventre de suas memórias, suas lembranças: pegou-se parada de fronte àquela praça, não qualquer praça, mas aquela que fez parte de sua adolescência.
Olhou em volta, dirigiu para um local mais próximo, mas não tomou coragem de sair do veículo.
Abriu o vidro e fixou o olhar naquele local tão cheio de amor, tristeza, alegria e muita, muita saudades.
Percebera quão arborizada estava e em seu seio adornos bem pintados e cuidados de uso infantil, uma grande pista de skate e o palco do Morcegão...puxou de suas lembranças os shows de bandas de garagem que ali se apresentaram e as noites que ficara sentada tomando vinho naqueles bancos de cimento periféricos.
O adeus, o retorno, o barulho do carro antigo, a música clássica, o cheiro de perfume importado misturado à naftalina...onde ficara tudo? - pensava.
Quando caiu em si, lembrou-se do horário, abriu os olhos da percepção e acelerou seu belo carro, aliás, mais uma de suas conquistas, pensando o quanto fora feliz com tão pouco e o quanto hoje era infeliz com tudo aquilo que conquistou.
Queria aquele pouco de volta. Trocaria tudo pelo nada do passado: coisas e pessoas que se foram.
Mas sabia que não podia, então chorou, chorou e gritou por dentro agudamente, deixando ecoar, junto ao som da canção.
Era o embate do tudo e do nada.
Perguntava-se reflexivamente o que afinal era tudo e o que era nada, já que pra ela o nada seria tudo?
A verdade é que a mulher perdera nada e ao contrário, ganhou quase tudo o que quisera no passado.
Mas percebera que deixou escapar no tempo, fagulhas de ilusões, e pessoas, coisas inestimáveis que se foram e não mais poderiam voltar, nunca mais!
Onde foram? Ficaram ali, invisíveis, na praça do Morcegão.

(Pour Anna)

Reflexão: trecho de um conto escrito por mim na tarde da última sexta-feira de fevereiro de 2014 em meio a um ataque saudosista.
Local da foto é a própria praça do Morcegão que fica na zona leste, periferia de SP, local onde vivi minha infância e adolescência e que tenho grande amor e apego.