Hoje em plena aula, me peguei divagando e sonhei com um reencontro futuro.
Lá estava ele sentado de costas no balcão do piano bar, tomando um drink.
Parecia-me de longe que lia algo, não consegui ver ao certo o que era.
Então eu o observei de longe, e, mesmo diferente marcado pelo tempo,
Continuava elegante: blazer xadrez num tom entre marrom e bege,
Cachecol preto em torno do pescoço, caindo pelas costas,
Luvas sem dedos, mais como adorno, do que protecional.
Fazia um friozinho típico das noites de inverno de São Paulo.
Há o perfume...uma fragrância própria dele,
Misturava-se a um aroma de coisas antigas, almíscar, talvez cravo:
Um frenezi único!
Minhas pernas cambalearam e eu gelei por dentro.
Por instantes senti-me uma adolescente apaixonada novamente,
Esqueci que já não mais o era.
Pensei em fugir, e em seguida quis correr para os seus braços.
Abraçá-lo-ia bem forte e em silêncio sentiria o seu corpo no meu.
Fiquei ali paralizada, temerosa, assustada...será que ele vai me reconhecer?
Depois de anos, mais velha? Ainda me achará bonita?
O que virá depois?
Seremos para sempre um do outro?
E depois disso nos perderemos de novo?
Mas haverá uma nova oportunidade agora que já somos mais velhos?
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