Entre os 108 mortos do massacre de sexta-feira em Houla, área de vilas agrícolas pobres na Província de Homs, no centro da Síria, havia 49 crianças e 34 mulheres, segundo a ONU. Também de acordo com essa organização, algumas das vítimas foram mortas com disparos na cabeça. Nesta segunda-feira, novos focos de violência teriam deixado ao menos 24 mortos em vários bairros de Hama.
Os detalhes sobre o massacre, que ainda não está claro que tenha sido cometido apenas por forças do regime de Bashar al-Assad, surgiram no mesmo dia em que Rússia criticou de forma mais dura seu tradicional aliado e em que o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, chegou a Damasco para reunir-se com o presidente sírio e outras autoridades. Ele pediu que "todo indivíduo armado" na Síria abaixe suas armas, dizendo se sentir horrorizado com o massacre de Houla.
"Esse foi um crime apavorante, e o Conselho de Segurança da ONU de forma correta o condenou", disse Annan em um comunicado. "Aqueles responsáveis por esses crimes brutais têm de prestar contas, e sei que o governo também está investigando o caso. É a população síria, cidadãos comuns desse grande país, que paga o preço mais alto do conflito. Nosso objetivo é parar esse sofrimento. Deve parar, e agora."
Apesar de responsabilizar a oposição também pelo massacre, afirmando que há terroristas entre os opositores, a Rússia adotou nesta segunda-feira um discurso mais duro em relação a Damasco. O chanceler russo, Sergei Lavrov, culpou principalmente o governo pela carnificina que ocorre no país árabe desde o início do levante antigoverno, há 15 meses.
"O governo tem a maior parte da responsabilidade sobre o que está acontecendo", disse Lavrov depois de um encontro com o secretário de Relações Exteriores britânico, William Hague. "Qualquer governo em qualquer país detém a responsabilidade pela segurança de seus cidadãos."De acordo com analistas, o discurso desta segunda pode indicar que a Rússia esteja alertando Assad de que ele precisa mudar o curso se não quiser perder o apoio de Moscou, que tem sido uma grande base de proteção para o regime durante a revolta iniciada em março de 2011.
O Conselho de Segurança da ONU culpou as forças sírias para disparos de artilharia e de tanque nas áreas residenciais, mas não anunciou claramente quem era o responsável pelas mortes com disparos à queima-roupa e o "severo abuso físico" de civis.
Ativistas na área disseram que o Exército atacou as vilas com artilharia e entrou em confronto com os rebeldes. Eles disseram que atiradores pró-governo mais tarde invadiram a área, causando a maior parte das mortes ao disparar contra homens nas ruas e esfaquear mulheres e crianças em suas casas. REFLEXÃO:
Não sei nem como expressar meu pesar em meio à tanta violência.
As pessoas estão matando e nem sabem o real motivo do por quê estão ali.
São crianças, meu Deus, crianças! Será que alguém em algum lugar pode gritar por estes seres tão inocentes e tão maltratados!
Não consigo mais! Eu grito e ninguém me ouve. Sinto-me como se tivesse sido enterrada viva, sufocada por tanta dor. Eu sinto o sofrimento, saudades, medo...muito medo! Desesperança.
Será que estamos voltando na época da Segunda Guerra Mundial?
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