domingo, 5 de fevereiro de 2017

Reflexão sobre o filme assistido sábado a noite: O quarto de Jack


Assisti ontem a noite o filme: "O quarto de Jack" e me vi intimada a escrever comentários sobre o mesmo.
A docilidade de Jack é no mínimo de emocionar qualquer pessoa com coração e alma.
O garotinho com cabelos longos, rosto angelical de apenas cinco anos, no início confunde-se com uma menina. Trancado com sua mãe num quarto que se parece uma caixa de sapatos, em condições mínimas de sobrevivência desde que nasceu, não conhece o mundo exterior, e a mãe, única companhia real do garotinho, para tornar a vida do filho um pouco melhor, cria a fantasia na cabecinha dele que o mundo real só existe dentro da televisão e o visto pela claraboia do quarto é o espaço onde existem alienígenas.
Sem nunca ter visto o exterior ao quarto e certo das estórias contadas pela mãe, Jack tem um amor incondicional por todas as coisas que tem ali naquele ambiente; desde a cadeira, a qual intitula número 1 e 2, até o ratinho que adentra o local e ele o alimenta como se fosse um cãozinho de estimação, aliás, desejo dele também em ter um cachorrinho de verdade, mas que por conta da situação não pode e passa a ter um cão imaginário.
Além disso, o garotinho detalha objetos inanimados. como  o autor Ernst Hemigway por exemplo, fala da pera; "a colher com o cabo de plástico derretido, parece fazer com que a comida simples, fique com sabor especial, mais gostosa."
O psicopata que mantém mãe e filho trancados ali já há sete anos é quem leva alimentos, remédios e faz visitas constantes para abusar da mulher, enquanto o pequeno fica dentro de um armário a portas fechadas, muitas vezes ouvindo tudo e chorando sem poder fazer nada.
Mas a mãe, não tem muita alternativa e mantém a situação como pode, até que elabora um plano para fugirem de lá, o que um dia consegue, com ajuda e coragem do filho Jack, seu verdadeiro anjo da guarda.
Agora, imaginem alguém que nunca teve contato com o mundo externo desde que nasceu...
Bom, em literatura e filosofia, remete ao Mito da Caverna de Platão não é mesmo? Só que numa versão mais atual e carismática.
Quando Jack tem o contato com a luz do dia, pessoas, sons, primeiramente a insegurança, o medo se apossam do menino, que mal consegue falar. Depois acaba conseguindo com suas declarações à polícia salvar sua mãe no mesmo dia em que é encontrado e salvo também.
Agora a parte mais interessante e que tirou lágrimas dos meus olhos, e acredito que tire de vocês também, acontece quando Jack diz à mãe que quer voltar para o quarto, e daí percebe-se o tamanho do amor do filho para com a mãezinha, pois mesmo estando e tendo todo conforto e mundo exterior para ele, agora ele já não ficava mais o tempo todo no mesmo espaço que a mãe, e isso era muito pesado para Jack.
A ideia dele era de voltar para aquele ambiente pequenino e fechado onde somente ele e sua mãezinha convivessem juntinhos e seguros em tempo integral.
Olha é um filme de emocionar...eu indico, vale muito à pena!

(por Ana Paula L. - 05/02/2017)


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