quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Analogia de um rio - Poesia de Ana Paula L.

Sou como um rio poluído,
Sem cor, correnteza ou vida.
Sabe, nasci assim; puro, claro,
Mas logo veio o homem, 
Iludindo-me matreiro, egoísta.
Tão logo corri para ele, 
Me perdi, escoei e sequei.
Tentei desesperadamente
Buscar por um último respiro.
E lá nas profundezas 
Das minhas entranhas talvez, 
Um vestígio, uma fonte de prazer.
Mas quando pensei estar conseguindo, 
Veio a sua imagem utópica, cálida e fria
Escoei, chorei,sofri.
Hoje depois de tanta sujeira
Jogada e mantida por ti
Tenho águas escuras, sem vida,
Simplesmente, morri.

(Por Ana Paula L. 04-01-2017)

Nenhum comentário:

Postar um comentário