domingo, 30 de outubro de 2016

Sobre a palestra médica-espiritual Dr. Lair Ribeiro: ritual de refazimento da águia"



Hoje ao assistir uma palestra médica com Dr. Lair Ribeiro, ouvi algo sobre a história das águias, que achei no mínimo interessante.
Cheguei em casa e pesquisei sobre o que tinha ouvido, inclusive minha fonte de pesquisa:http://diariodebiologia.com/2013/09/o-ritual-de-renovacao-da-aguia-e-verdade/
Bom, a história conta que após viverem 40 anos, as águias se recolhem na sua solidão, arrancando todas as suas penas e quebrando o seu bico. 
Depois de cometerem tal atrocidade consigo mesmas, renascem com novas penas e novo bico e começam tudo de novo!
Ocorre que a águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie, chegando a viver setenta anos. 
Daí começa a história que iniciei no texto...
Para chegar a essa idade, aos quarenta anos ela tem que tomar uma séria e difícil decisão, isso porque nesta idade ela está com as unhas compridas e flexíveis e não consegue mais agarrar as suas presas, o bico alongado e pontiagudo se curva, dificultando a caça, apontando contra o peito, estão as asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas, e voar se torna difícil. 
Então a águia só tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação, que irá durar aproximadamente 150 dias. 
Este processo consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho próximo a um paredão onde ela não necessite voar. Então, após encontrar esse lugar, a águia começa a bater com o bico contra a pedra até conseguir arrancá-lo. Após arrancá-lo, espera nascer um novo bico, com o qual vai depois arrancar suas unhas. Quando as novas unhas começam a nascer, ela passa a arrancar as velhas penas. Só então, após cinco meses, sai para o famoso voo de renovação, para viver por mais 30 anos.”
O tal “ritual de renascimento da águia” é uma linda história de motivação e perseverança, mas não é verdade! 
As águias não são as aves que tem maior longevidade e não podem viver por 70 anos. Não existe nenhum registro científico de águias que pudessem chegar a essa idade. 
O quanto uma águia vai viver depende muito da sua espécie e das condições do ambiente, mas uma águia selvagem geralmente vive entre 20 e 30 anos. As águias também não podem tomar decisões, elas vivem por instinto jamais poderiam decidir entre morrer ou fazer um ritual de renovação das estruturas do corpo.
As águias não podem perder o bico e as garras a menos que sofram um processo traumático. Quando elas são vistas “bicando” pedras estão fazendo isso para manter estas estruturas afiadas e no tamanho certo. O bico e garras se tornam cada vez mais fortes com o passar do tempo, pois são compostos por camadas de queratina que são sobrepostas constantemente para suprir o desgaste natural. Além disso, ela não suportaria ficar sem comer por vários dias até que um bico novo cresça, ficaria desnutrida e morreria.
Assim como todas as aves, trocam suas penas ao longo da vida. Arrancar todas as penas do corpo propositalmente resultaria em um sangramento doloroso, pois a base das penas é irrigada com sangue e isso poderia inclusive danificar o folículo e prejudicar o surgimento de outra pena. Uma pena perdida fora do tempo demora pelo menos 1 ano para nascer.
Mas apesar de ter sido usada no intuito de motivação, valeu muito a pena tê-la ouvido, pois senti-me como uma águia, já que estou perto da idade delas...
Estou também na mesma situação: isolamento, solidão...enquanto arranco minhas penas, tiro meu bico e minhas unhas...para renascer e tomar um novo rumo na vida.
Espero que ainda que trate-se de uma lenda, sirva como incentivo para muitos que como eu, tenha sido enganado pelas ilusões da vida, levantem a cabeça e continuem em frente, na certeza de que o mundo devolve aquilo que fazemos, isso é fato e o que nos alenta.


(Pour Ana Paula)

sábado, 29 de outubro de 2016

Enquanto isso...


Enquanto isso... 
Carros vão e vem.
E em cada vida ali dentro, uma história, um refém,
Um sorriso, uma lágrima,
Alegria, tristeza.
Enquanto isso... 
Crianças correm livres com seus pais e mães "delivery",
Olhando e deixando suas vidas de lado sucumbirem,
E soterrados de culpa, sorrirem
Maquiados de mentiras, comprarem um futuro de morte.
Caem, machucam-se e choram de dor, pobres filhos da vida.
Outras riem e choram de felicidade, ilusória, momentânea.
Enquanto isso... 
Hospitais lotados de tudo;
Alegria do nascimento entre lágrimas de agradecimento,
Tristeza da morte entre as lágrimas de lamento.
Enquanto isso... 
Dentro dos apartamentos, solidão,
Nas casas assobradadas, a maquiagem, sorriso, ilusão.
Enquanto isso... 
O trabalho, o dinheiro e as contas para pagar.
Em outros lados, o desemprego, a falta de dinheiro
E ainda mais contas a pagar, então o desespero, o suicídio,
Chega o Natal, a desilusão, a dor, a morte.
Enquanto isso...
A enganação, a traição, o egoísmo,
E poucos os espíritos sofridos, enfraquecidos por tanto mal externo,
Sofrendo por não se adaptarem ao redor; ser humano, sociedade, morte de novo.
Enquanto isso o sol brilha mas o vento sopra gélido
Na alma daqueles que são puros de alma e coração.
Enquanto isso... 
Eu aqui, converso com minha sombra, única confidente e confiável.
E você, sorrindo, feliz, numa vida escondida atrás de uma falsa felicidade
Mantém íntegro, Cabelo arrumado com gel, ser humano que és, pura maldade.
Enquanto isso... 
Morri, 
Você vive.
E é por isso, e só por isso,..
Que enquanto isso, ainda estou aqui.
(Por: Ana Paula L em 29/10/2016)



quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A morte verdadeira - 11/10/2016


Durante anos de sua vida, ela buscou uma explicação para o enorme vazio que lhe assombrava.
Mas foi aos trinta e seis anos que conseguira sanar a escuridão que tinha dentro de si.
Conhecera enfim, a vida no seu sentido máximo. 
Aprendera a duras penas que errava, mesmo pensando acertar, e que não era perfeita, ao contrário; tinha muitos defeitos.
Uma noite, experimentou no seu mais profundo sentido, a maculação verdadeira do amor, sendo que, no momento, tentara encontrar explicações, mas não encontrou, apenas deixou sua alma flutuar, enquanto era sucumbida por algo mais forte do que jamais pensara que pudesse  existir.
Depois vieram as críticas, que no princípio magoaram-na, mas na sequência, contrariando seus modos, fizeram-na crescer, melhorar em nome de agradar seu rei maior.
A simplicidade, o cotidiano, nunca coisas simples do dia a dia lhes foram tão esperados e doces, ainda que nas condições que lhe eram oferecidas; sempre um terço, ou o que sobrava...e de repente, mais nada lhe restara.
O que não entendia foi o que acontecera na verdade: a mesma pessoa que lhe trouxera a vida, pudera ter lhe dado também a morte?
Sim estava morta. E já não conseguia mais enxergar o quanto sua alma perdida, que vagava solitária por entre o nada, e que lhe foi deixada em desespero a espera de uma fresta de luz, estava de fato morta. 
Restava-lhe somente lembranças, que visualizava ao longo dos terríveis dias da semana, cruéis finais de semana que passavam lentamente apunhalando-a em cada carro que circulava no trânsito do viaduto, mas que honra ainda tinha poder de camarote, ao lado da cadeira vazia de uma fria e cinzenta varanda observar o rio cheio de tristeza, saudades e dor.
As lágrimas diurnas, noturnas, um sufocamento dela, ainda a faz ia sentir o cheiro do sabonete dele no seu travesseiro. 
Tamanha a dor da ingratidão, indiferença e desamor.
Não podia entender a provocação advinda de alguém que só fizera o bem e amara no inteiro teor. Por quê? Ia perdendo a crença no homem, em Deus. Deus? Que Deus? Onde estaria que não podia ouvir os gritos de saudades pelo nome dele e a dor que transpassava a alma de alguém bom de coração...Cadê Deus?
Até seria entendível, alguém que você tivesse outrora magoado querer te ferir, mas ao contrário?
Pensava mesmo, que se com toda doação e devoção como ela fizera por amor, e tão somente, não conseguira alcançar o coração do seu rei, nada mais poderia fazer sentido, nada mais.
O que teria sentido afinal, sem seu grande amor?
Restava-lhe continuar a caminhada, desiludida das pessoas e dessa vastidão de mentiras, falsas promessas.
Mas com a certeza única: de que, após ter experimentado o sabor mais amargo da vida e da morte, conhecera o verdadeiro amor, e este mesmo amor que outrora a fez renascer, assassinou-a impiedosamente, dando-lhe como presente a morte verdadeira.

(Pour Ana Paula L.em 11/10/2016)




sábado, 8 de outubro de 2016

Definição do amor - reflexões


Estava ministrando minhas aulas normalmente, como sempre o faço; de forma planejada, mas de uma maneira a torná-la prazerosa e agradável a todos, quando eis que surge a pergunta vinda de uma aluna:
"Professora você sabe me dizer o que é o amor?"
Respondi naturalmente e de forma simples: 
O amor não tem definição, ele simplesmente é sentido.
A pergunta que teve como consequência minha resposta, surtiu um efeito nos alunos que eu não esperava, abrindo um "leque" de discussões sobre esta palavra, que é tão falada, mas tão pouco sentida.
Certa vez, alguém me disse: 'Um e um é igual a um. 
Puxa...guardei para sempre na minha caixa de memórias, pois esta frase caberia perfeitamente dentro do que podemos sentir, e denominamos, amor.
Faz parte deste sentimento então, tal matemática irracional que diz que um e um é igual a um.
Mas oras, quem racional, usaria de fato tal cálculo, no mínimo enfadonho?
Diria que somente os descalculados, saberiam sentir tal insanidade.
Nem mesmo o dono da frase, outrora, pudera conseguir concretizar a tal soma, já que abandonar um dos componentes da ideia do mínimo múltiplo comum. 
Mas causara de fato, a máxima divisora, fazendo com que outrem, aprendesse tamanha irracionalidade.
E não é senão a verdadeira racionalidade do amor esta irracionalidade de cálculo? Esta irracionalidade de sensações?
Infelizmente, amar é para poucos,  fortes, insanos, irracionais...e geralmente os solitários é que amam verdadeiramente. 

(Por Ana Paula Lacalendola)