Em meados do século XX o processo de expansão da escolarização básica no país começou, e seu crescimento em termos de rede pública de ensino se deu no fim dos anos 1970 e início dos anos 1980.
Podemos nos voltar aos dados nacionais, sendo que o Brasil ocupa o 53º lugar em educação entre 65 países avaliados (PISA).
Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola (IBGE).
Ainda temos a questão do analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% no ano de 2009 (IBOPE); 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler (Todos pela Educação); 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita (Todos pela Educação). Professores recebem menos que o piso salarial (et. al., na mídia).
Mediante esta estatística assustadora, muitas pessoas podem tornar-se críticas e até indagar com questões a respeito dos avanços, concluindo que “se a sociedade muda, a escola só poderia evoluir com ela!”.
Mas talvez o bom senso sugerisse pensarmos dessa forma, no entanto, podemos notar que a evolução da sociedade, de certo modo, faz com que a escola se adapte para uma vida moderna, mas de maneira defensiva, tardia, sem garantir a elevação do nível da educação.
Logo, agora não mais pelo bom senso e sim pelo costume, a “culpa” tenderia a cair sobre o profissional docente, ou seja, os professores se tornam alvos ou ficam no fogo cruzado de muitas esperanças sociais e políticas em crise nos dias atuais.
As críticas externas ao sistema educacional cobram dos professores cada vez mais trabalho, como se a educação, sozinha, tivesse que resolver todos os problemas sociais.
Já sabemos que não basta, como se pensou nos anos 1950 e 1960, dotar professores de livros e novos materiais pedagógicos. O fato é que a qualidade da educação está fortemente aliada à qualidade da formação dos professores. Outro fato é que o que o professor pensa sobre o ensino determina o que o professor faz quando ensina.
O desenvolvimento dos professores é uma precondição para o desenvolvimento da escola e, em geral, a experiência demonstra que os docentes são maus executores das ideias dos outros.
Nenhuma reforma, inovação ou transformação – como queira chamar – perdura sem o docente.
É preciso abandonar a crença de que as atitudes dos professores só se modificam na medida em que os docentes percebem resultados positivos na aprendizagem dos alunos. Para uma mudança efetiva de crença e de atitude, caberia considerar os professores como sujeitos. Sujeitos que, em atividade profissional, são levados a se envolver em situações formais de aprendizagem.
Mudanças profundas só acontecerão quando a formação dos professores deixar de ser um processo de atualização, feita de cima para baixo, e se converter em um verdadeiro processo de aprendizagem, como um ganho individual e coletivo, e não como uma agressão.
Certamente, os professores não podem ser tomados como atores únicos nesse cenário.
Podemos concordar que tal situação também é resultado de pouco engajamento e pressão por parte da população como um todo, que contribui à lentidão.
Sem citar o corporativismo das instâncias responsáveis pela gestão – não só do sistema de ensino, mas também das unidades escolares – e também os muitos de nossos contemporâneos que pensam, sem ousar dizer em voz alta, “que se todos fossem instruídos, quem varreria as ruas?”; ou que não veem problema “em dispensar a todos das formações de alto nível, quando os empregos disponíveis não as exigem”.
Reflexão:
É comum vermos notícias criticando a educação ou os atores que compõem o cenário, no caso os docentes.
Ocorre uma espécie de "passar a bola" ou seja, jogar a culpa de um para o outro, enquanto isso a situação piora a cada dia e nada de fato é feito.
Muito cômoda a situação já que a grande massa da população, como de "praxe" é a maior prejudicada.
Não preciso nem falar sobre a questão da manipulação em face da ignorância de muitos.
Enfim esta notícia que li no site da InfoEscola, o qual tenho respeito e admiração diz algo além do que costuma ser noticiado.
Mas ainda me intriga o que será feito para melhorar esta estatística alarmante em nosso país.
Pessoalmente creio que uma luta individual é importante e basta apenas amar o que se faz para fazê-lo e disseminar a luta apenas fazendo o melhor do seu trabalho que é ensinar e aprender, sempre neste constante processo.
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