Ela caminhava no fim da tarde em passos leves
Enquanto o sol caia por trás das montanhas
O vento soprava e chegava a cortar ainda mais as feridas
Causadas pela ausência de amar.
As ondas iam e vinham num movimento perfeito
Balé natural proporcionado pela natureza.
O calor causava-lhe irritação e vontade imensa de saciar-se
Então a mulher bebia no quiosque solitária até esquecer-se da dor.
Era como se flutuasse nas areias escaldantes da praia vazia
E deixava-se levar pelas águas geladas do bravo mar.
Mergulhava e enquanto estava submersa pensava que ali mesmo queria ficar.
Mas faltava-lhe coragem e voltava a respirar.
Começava a escrever palavras nas águas
Única testemunha do que realmente ela sentia
Podia mesmo contar-lhe tudo e tinha certeza
Que de lá o seu segredo jamais sairia.
Escreveu, escreveu tanto quanto pode
Até anoitecer quando o oceano disse-lhe:
"Boa Noite!"
E se foi a mulher sozinha
Andando como se soubesse
Que um dia ali mesmo naquelas águas
Se banharia o grande amor de sua vida
E daí sim ele ouviria todas as palavras
Que ela jamais teria a coragem de dizer-lhe
E somente ele teria como entender os escritos nas águas.
Isso porque somente o amor infinito e verdeiro
É capaz de enxergar o invisível.
Realmente encantador !
ResponderExcluirGrata. Você gostou? Faz parte de um dos contos do meu futuro livro. Espero que um dia consiga publicá-lo.
ExcluirDaria uma bela capa também...
ResponderExcluirÉ sim.
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