quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Dark haunting violin : Ghost Song by Max Ablitzer (+playlist)


Esta manhã enquanto caminhava entre as pessoas que iam e viam numa pressa desenfreada descobri algo que mexeu muito comigo e pensei: quem eu sou?
Uma alma errante que vaga de dia e percebe pássaros cantando em pleno trânsito ou a folha seca caindo da árvore perdida no asfalto sujo da cidade.
As lágrimas de suor que escorre do rosto vazio do homem que pisa duro em seu terno caro e caminha para o seu carro.
Alguém que tropeça e continua correndo...sofrendo...comendo.
Uma criança que se solta da mão de sua mãe e corre na multidão e medo, solidão.
Imagens distorcidas de um longa, curta metragem chamado vida
Mas que vida será esta que não é de fato vivida?
São apenas sombras que vagam numa rapidez impressionante
E alucina, tonteira, alucinante.
Observo, perco a noção, a cabeça e paro.
Ninguém me vê sou atropelada pela insanidade
Infidelidade, imaturidade e mortalidade.
Corro para ver se consigo chamar atenção
Mas nada faz com que uma viva'lma perceba-me
E choro, sento-me no café e ninguém me serve
Servir? Quem afinal? 
Descubro que estou invisível
Meu sentimentos sempre verdadeiros e incondicionais
Para quem afinal?
Uma paranoia de cuidar, cuidar e cuidar
Das flores, animais, pessoas...exceto de mim.
Pouco durmo, não consigo
Acordo e vago pelos cômodos
Chego a flutuar na fumaça do cigarro
Companheiro infiel que passa as noites comigo.
Saudades...saudade de um amigo perdido.
São muitos e um só...estranho;
Soa uma divindade perdida em meio ao pó
Este mesmo, de cima do piano da sala
Abandonado...não tocado.
Triste, parado.
Minhas ideias, palavras sempre fora da órbita humana
Conceitos, pré conceitos diferentes e concebidos
Visão além do bem e do mal
Do real e do surreal
Anti-social? Sempre.
Excluída de grupos, família e falsos amigos
Sou eu a própria morte travestida de vida.
Hoje descobri que sou um fantasma.

(Pour Anna)


2 comentários:

  1. Sentimos demais, sofremos demais. Mais do que os outros, pois sabemos que caminhar por essas encostas sempre nos trará de volta ao começo, e o restante da história nós já sabemos.
    Um errante também, um coração infeliz mas ainda pulsante. Pra onde foram parar os anos de juventude e sonhos ? Tudo isso pra que ? Pra compararmos com essa vida que nos restou ? Nos presenteiam com a juventude, com a esperança e nos tiram tudo com a velhice, com a idade, com a morte dos sonhos, da esperança...

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    1. Sim é extremamente doloroso. Nascemos já sabendo que vamos morrer, e temos que passar por todo este sofrimento. Sempre faço esta mesma pergunta: por que de tudo isso? É triste mas não tenho resposta...

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