terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O que sou afinal?





Caminho no corredor de casa,
Olho para eu mesma,
E percebo não ser mais eu mesma...
A camisola em seda, longa, negra recosta-se no chão,
Esconde-me na penumbra da dor, da tristeza e da solidão.
Dias intermináveis como sendo um cortejo fúnebre eterno.
Lamento olhando-me no velho espelho empoeirado pelo tempo: 
"Oh! Solidão grande amiga.
Oh! Noite companheira confidente!"
E chove, chove suavizando o calor da dor de viver,
Minhas palavras jazem no nada da ilusão,
E já não tem mais grande valia para ninguém,
Se faz indiferente, ausente do mundo, da morte.
Mas por um momento de repente...
Penso não ter mais identidade, mais vida,
E me questiono: eu a tive um dia?
Um dia eu fui eu mesma? 
Nunca estive satisfeita com minha pouca inteligência
Meu fraco físico, minha vil aparência falsa bela.
E  mais uma vez não tenho resposta.
Não ouço  nem mais vozes,
Pois delas também estou ausente.
Me confundo entre vidas, entrelinhas.
Realidades não vividas,
Realidades não reais.
Sou nada além de uma sombra algoz,
De um passado atroz não vivido.
De algo não concreto,
De arte não reconhecida,
De uma quadro não pintado.
Esta é a minha imagem pintura morta em vida.

Pour Anna: Escrito por mim e que traduz de fato que esta sou eu; personalidade feita e que não mudará, haja o que houver e custe o que custar, inclusive minha própria vida.

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