quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Homem primata em analogia ao Auto da Barca do Inferno

Desde os primórdios até hoje em dia, o homem ainda faz, o que o macaco fazia.
Eu não trabalhava, eu não sabia, que o homem criava e também destruía.
Homem primata, capitalismo selvagem.
Homem primata, capitalismo selvagem.
Eu aprendi a vida é um jogo, cada um por si e Deus contra todos,
Você vai morrer e não vai pro céu, é bom aprender, a vida é cruel.
(texto escrito por Arnaldo Antunes)

Apliquei uma atividade de análise e reflexão literária a respeito desta letra em razão á obra de Gil Vicente "O Auto da Barca do Inferno".
Tive como resultado textos excelentes de reflexão literária política e humanística.
Isso porque o principal ponto da obra de Gil Vicente lida diretamente com a questão da crítica a sociedade em face o social e a moral, bem com a letra desta música, que é no mínimo um belo exemplo de texto literário reflexivo, a meu ver é claro, pois trabalha com a ganância do homem em relação ao poder: dinheiro, status, enfim, aspectos infelizmente presentes em nossas vidas.
Veja, logo no começo temos o seguinte:
"Desde os primórdios até hoje em dia o homem ainda faz o que o macaco fazia..." - quer dizer, o homem em pleno século XXI, ano de 2017, age irracionalmente, como os animais, isso porque não mede as consequências quando toma ações em benefício próprio, inclusive se tiver que passar por cima de outra pessoa, ainda assim ele toma determinada ação.
"...que o homem criava e também destruía." - olha este trecho e automaticamente, lembra-se da bomba, artefato criado pelo homem e que destrói.
O que é o capitalismo senão uma sociedade baseada nos bens privados e que contratam a mão de obra de indivíduos em troca de salário.
Bom, a primeira vista, parece ser uma justa troca. Mas todos sabemos que não é bem assim que acontece. 
Isso porque o dinheiro está centralizado nas mãos de uma minoria abastada, e que não quer sair de sua posição de extremo conforto e poder. De forma que exploram aqueles com menor poder aquisitivo e ainda se vangloriam de "bons moços" porque pagam um salário ridículo na condição de limpar um pouco suas consciência imundas de tanta sujeira e podridão que eclode das raízes humanas racionais.
Olha a versão: "Homem primata, capitalismo selvagem" - uma analogia direta de que o homem das cavernas é o mesmo homem de hoje, pois agem por extinto e sem pensar racionalmente como deveriam, apenas querem mais e mais. Numa sociedade formada por homens primatas envoltos numa sociedade totalmente selvagem e instintiva.
Bom, na verdade tem muito mais o que falar deste texto, mesmo.
Mas vou entrar agora na obra "O Auto da Barca do Inferno" como principal caráter a crítica social e moral e portanto encaixa-se perfeitamente neste texto, haja vista que todas as pessoas que morriam e se encontravam perante o Diabo, contestavam que não deveriam seguir na barca rumo ao inferno, pois em vida eram corregedores da justiça, padres, enfim, então o próprio senhor das trevas as faziam pensar se de fato elas eram mesmo dignas de irem para o paraíso só por conta de terem estudado e manterem títulos de respeito. Mas o caráter daquelas pessoas era tão negro quanto a escuridão da noite, e de nada adiantaria serem muito bem colocados socialmente falando, se por dentro eram vazios de boas ações.
Existem vários outros aspectos em comum, mas daí deixo para vocês pensarem a respeito.

Por Ana Paula L, 25/01/2017

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