quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Crônica sobre o dia de finados - por Ana Paula L.



Olhe bem...é seu nome que amanhã estará ali naquela etiqueta, e daí você perceberá que não é melhor do que ninguém, com toda a sua beleza e dinheiro, seus diplomas de mestrado e doutorado.
O que fica é apenas o que você fez de bom para humanidade, e esta humanidade começa pela pessoas com quem convive todos os dias, num simples "tenha um bom dia...", "bom trabalho" ou "eu te amo..."
E o dia que o homem tiver consciência disso, seus propósitos e objetivos mudarão e o mundo será de fato um mundo melhor.
Deus é aquilo de bom que temos dentro de nós.
Pessoas, religiões não passam de produtos criados pelo próprio homem para manipular.
Somos o que somos, e para fazer valer nossa existência, temos sim que fazer o nosso melhor, todos os dias.
Ainda que você se decepcione e sofra, pois o que vai importar no final será o que você deixou de amor e não o ódio, sofrimento que você deixou como marca na vida das pessoas...
Mas falando a respeito do dia 2 de novembro, o que não entendo é o uso da palavra "comemorado", já que comemora-se situações alegres,felizes, e pelo menos ao meu ver, quando se perde um ente querido, o sentimento é o oposto da alegria...
As tradições variam muito de acordo com o país. 
No México, por exemplo, as celebrações duram 3 dias, as ruas são enfeitadas e são organizados vários desfiles.
Em inglês, o Dia de Finados é conhecido como All Souls' Day, cuja tradução literal é "Dia de Todas as Almas".
No dia 02 de novembro, na maior parte dos países ocidentais, ocorre um dos mais importantes rituais religiosos da tradição cristã católica, isto é, o Dia de Finados. 
Bom mas a respeito do sentido etnológico da palavra finado, trata-se de um adjetivo que significa algo ou alguém que finou, ou seja, chegou ao fim, que está morto. 
Por esse motivo, o Dia de Finados também é conhecido como Dia dos Mortos.
Agora não é verdade que este dia, mantido no Brasil como feriado nacional elenca a ideia de consumismo impulsionado pela morte?
O que me deixa ainda mais entristecida é que em pleno século XXI ainda deixemo-nos levar por imposições da instituição católica da época da Idade Média!
Somos produto de uma sociedade criada, portanto não passamos de farsa ou falha da criação divina, pois de tempos em tempos parece que precisamos nos escorar em alguém da alta hierarquia para submetermo-nos aos seus mandos e desmandos.
Não deveríamos nos lembrar dos nossos mortos, todos os dias depois que eles se foram?
Precisamos mesmo de um dia em especial, que por um acaso, nem fora o dia que ele e/ou ela morrera para lembrar ou saudá-los?
A resposta é óbvia e clara: não, pois aqueles que amamos e que se foram, são lembrados todos os dias de nossas vidas e reafirmo, jamais comemoraria a dor de uma perda tão profunda.
"O Dia de Finados é comemorado por ordem da Igreja Católica desde o século XI, que no século XIII determinou que esse dia deveria ser celebrado no dia 2 de Novembro."
Diferentes religiões ou denominações da mesma religião abordam este dia de forma diferente, não sendo um dia celebrado pelas pessoas de todas as religiões.
Dizem por aí que o objetivo principal é de relembrar a memória dos mortos, dos entes queridos que já se foram, bem como (para os católicos) rezar pela alma deles, mas na verdade sabemos que não passa de mais um data para arrecadarem o dinheiro das pessoas através da compra de flores, velas entre outros adornos que irão apodrecer e com certeza, não serão de fato ser recebidos pelos mortos...eis a parte mais estranha, não é mesmo?
Pois é, ser humano é mesmo um "bicho racional ignorante estranho", pode ser traduzido na linguagem científica, claro, de acordo com minha licença poética rsrsrs, como "homus sapiens inteligentis ignorantus".
E de novo, de acordo com a doutrina da Igreja Católica, a alma da maioria dos mortos está no Purgatório passando por um processo de purificação. Por essa razão, a alma necessita de orações dos vivos para que intercedam a Deus pelo sofrimento que as aflige. 
Valha-me Deus! Ainda existem pessoas "homus sapiens inteligentis ignorantus" que acreditam nessa farsa criada por um bando de loucos para amendrontar os fieis e fazê-los seguir aquilo que queriam...mas minha gente, isso era na Idade Média!!! Estamos no século XXI!!! Até quando esta cegueira será movida pela fé? E o pior, fé numa utopia?
Percebe-se que trata-se de um pensamento que transformou-se em feriado nacional, mas que atropela abruptamente as demais culturas e religiões, impondo o catolicismo e toda sua pompa clerical.
Falando um pouco da história o Dia de Finados era conhecido na Idade Média como “Dia de todas as Almas”, dia esse que sucedia o “Dia de todos os Santos” (comemorado no dia 1º de novembro).
Desde a época do cristianismo primitivo, que se desenvolveu sob as ruínas do Império Romano, que os cristãos rezavam por seus mortos, em especial pelos mártires, onde estes eram frequentemente enterrados: nas catacumbas subterrâneas da cidade de Roma. O costume de rezar pelos mortos foi sendo introduzido paulatinamente na liturgia (conjunto de rituais que são executados ao longo do ano) da Igreja Católica. O principal responsável pela instituição de uma data específica dedicada à alma dos mortos foi o monge beneditino Odilo (ou Odilon) de Cluny.
Odilo (962-1049) tornou-se abade de Cluny, em Borgonha, na França, uma das principais abadias construídas no mundo medieval e responsável por importantes reformas no clero no período da Baixa Idade Média. Em 02 de novembro de 998, Odilo instituiu aos membros de sua abadia e a todos aqueles que seguiam a Ordem Beneditina a obrigatoriedade de se rezar pelos mortos. A partir do século XII, essa data popularizou-se em todo o mundo cristão medieval como o Dia de Finados, e não apenas no meio clerical.
Apesar do processo de secularização e laicização que o mundo ocidental tem passado desde a entrada da Modernidade, o dia 02 de novembro ainda é identificado como sendo um dia específico para se meditar e rezar pelos mortos. Milhões de pessoas cumprem o ritual de ir até os cemitérios levar flores para depositar nas lápides em memória dos que se foram; outras levam também velas e cumprem os rituais mais tradicionais, como orações, cânticos etc.
(Por Ana Paula L. em 02/11/2016)

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