quarta-feira, 10 de junho de 2015

A taça quebrada de vinho e de amor


Noite de 10 de junho de 2015...tempo suavemente quente, que por si só já não me agrada.
São exatamente 20:02 hs, meus olhos encharcam-se de águas, que transbordam incessantemente, deixando minha visão turva.
Deixo a água morna cair sob minha pele gélida, cadavérica, numa busca frenética de afogar-me nas lembranças e desesperadamente tentar acordar deste pesadelo, que jamais pensara que um dia pudesse vivê-lo. Mas não consigo, não posso, choro, sofro, morri.
A taça de vinho junto à outra, testemunhas oculares do que outrora chamei de amor, mas que tão cedo percebi que só existia para uma parte...e adivinhe só qual era? Então, ao pegar o sabonete, a taça com vinho cambaleou, mas não caiu, porque eu a peguei.
Suspirei aliviada, não podia deixá-la cair, afinal, foi uma lembrança do que restou.
Mas perto das 20:30 novamente, a taça do nada, caiu; tentei, mas ela escapou das minhas mãos.
Quando percebi tê-la perdido, fiquei apenas observando, na esperança de que a mesma não se partisse ao tocar o chão duro do banheiro, e ao mesmo tempo que a taça  caia, meio que, em câmera lenta, uma lágrima de um dos meus olhos inchados de tanto chorar, caia também.
Foram segundos talvez, de uma queda de lágrimas de perda e cristal com vinho ao mesmo tempo...
Pareciam juntar-se e transforma-se num só atemporalmente; promessas, juras, planos, tudo naquele momento foi caindo, caindo e transformou-se em cacos e sangue, amor e saudades, tristezas e dúvidas.
O som da música de fundo parou de tocar, o chuveiro desligado...a sua voz...apenas ecos...
Seu cheiro...sua música, a minha, a nossa...nem tivemos tempo...
Mas a despedida dos teus olhos pela manhã, fixamente olhando nos meus...não posso pensar sem me emocionar.
A música parou. 
(pour Anna)

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