quarta-feira, 30 de julho de 2014

Lingua Portuguesa - Advérbios e suas funções



A função dos advérbios é: modificar verbos, adjetivos e os próprios advérbios. 
Trata-se de uma classe invariável que expressa circunstâncias.

Ex.:"O aluno estudou muito".(advérbio ligado ao verbo estudou)
"A mesa estava muito brilhante".(advérbio muito ligado ao adjetivo brilhante)
"O trabalho ficou pronto muito tarde".(advérbio ligado ao advérbio tarde)

Algumas circunstâncias expressas pelos advérbios:

Afirmação: sim, certamente, seguramente, realmente, com certeza, sem dúvida etc.

Causa: "Não saí por precaução", "Progredia graças a seus esforços".

Companhia: "Sairei contigo".

Concessão: "Apesar de tantos estudos, não foi aprovado".

Conformidade: "Pagava as dívidas segundo o calendário".

Dúvida: talvez, acaso, provavelmente, eventualmente etc.

Finalidade: "Vive para a esposa".

Intensidade: muito, pouco, mais, menos, demais, bastante, deveras, quase, tão etc.

Lugar: aqui, ali, além, longe, perto, acima, abaixo, à direita, à esquerda etc.

Modo: bem, mal, rapidamente, às claras, às pressas, em silêncio, com carinho etc.

Negação: não, absolutamente, tampouco, de jeito nenhum etc.

Tempo: hoje, amanhã, ontem, atualmente, sempre, nunca, à tarde, à noite, de repente, de vez em quando etc.

Interrogativos: onde (Onde você colocou os copos?), quando (Quando vamos nos encontrar?), como (Como foram na prova?) e porque ("Por que você não olha para mim?").
Locução adverbial

Duas ou mais palavras com valor de advérbio. Ex.: Rubens estava morrendo de medo. ( locução adverbial que expressa a circunstância de causa);

A bela mulher apareceu na porta. (locução adverbial que expressa a circunstância de lugar)
Atenção

Não procure decorar os advérbios ou locuções adverbiais. O que faz com que uma palavra pertença a uma classe é a relação que ela estabelece com as outras.

Por exemplo, a palavra meio pode ser advérbio, mas nem sempre o será. 


"Estava meio atrasado" (advérbio)
"Resolvi dar meia volta" (numeral)
"O meio universitário era favorável para a disseminação daquelas idéias" (substantivo)

segunda-feira, 28 de julho de 2014

A Porta- Die Tür


Assisti neste último sábado, no canal do Max  ao filme "A Porta", o que estranhou-me estar descrito no gênero como terror, já que trata-se de um suspense, ou diria até mesmo, drama.
Ao adaptar uma novela o diretor tenta mostrar que segundas chances devem ser dadas mas por um preço alto a ser pago.
Há um limite entre os dois tempos, passado e futuro. 
Mas é o presente que faz doer e repercute as ações do artista.
David um artista (pintor) entra em desespero depois de um acidente fatal com sua filha pequena, principalmente porque ele está fazendo algo errado, enquanto ocorre a fatalidade.
Então uma segunda chance é lhe dada cinco anos depois quando ele pode voltar e salvar a garota de sete anos. Mas não ocorre desta maneira.
O filme alemão remete questões sociais, de decisão, de amor e de relacionamento deixando a fantasia de lado esperando a suspensão de descrença por parte do espectador.
Quando David volta ao seu universo onde sua filha está viva e salva do acidente descobre que não é o único visitante do futuro e que há coisas a serem feitas para que esse mundo não acabe em um colapso.
A cada dia David descobre mais sobre os vizinhos da porta, e se vê num dilema entre sua vida no futuro e sua família no presente.
Vale a pena assistir este filme, aliás é um daqueles tipos que faz você pensar por vários ângulos, desde o cunho psicológico, fantástico até mesmo ideológico.
Ao meu ver "A Porta" é como se fosse "As Portas da Percepção", onde o homem consegue mergulhar dentro de si próprio e ver o quanto estaria errado se entregasse ao prazer, esquecendo-se da importância do verdadeiro amor.
Mas, terei que vê-lo novamente e refletir mais um pouco.
Para aqueles que não assistiram , por favor, assistam, vale muito a pena.

Enjoy it!



quinta-feira, 17 de julho de 2014

Análise do discurso humorístico


Esta piada curta, mas com teor muito bom para reflexão ideológica, nos possibilita pensar acerca do processo discursivo.
Evidencia uma atitude intelectual do autor que produz texto com uma postura reflexiva e consciente.
Destacando o papel do linguista que é explicar, não o porquê do humor, mas sim, como acontece este humor, trabalhando com aquilo que os outros se divertem, analisando e descrevendo os fenômenos linguísticos no processo de criação e interpretação do texto, que provoca o riso.
Serve a uma ideologia, e os sujeitos envolvidos no discurso humorístico são tomados pela inconsciência inerente ao processo de assujeitamento ideológico, pelo qual passam todos os sujeitos do discurso.
O erro (roubo dos cofres públicos) é uma das forma mais simples de se inventar estórias cômicas.
Também destaca-se aqui um dos estereótipos , neste caso, “todo político ser corrupto”.
Temos 3 personagens (sujeitos) neste discurso (piada). Sendo que um deles é o político Ricardo Teixeira, acusado de corrupção e livre das grades da cadeia por conta de problemas de saúde, ora alegados por ele, e dois amigos que conversam sobre o político.
Percebe-se no diálogo entre os dois sujeitos (amigos), certa ironia, ao falarem sobre o fato do afastamento de Ricardo Teixeira por motivos médicos, fato este, que fica ainda mais claro, quando o segundo personagem (amigo) responde ao colega que o político afastou-se por conta de uma dor na coluna, demonstrando na imagem, o próprio Ricardo Teixeira carregando um saco enorme de dinheiro nas costas, certamente por este motivo é que doía a coluna do pobre coitado.
Esta piada nos permite refletir sobre a corrupção na política, através de uma pitada de humor ironizada pelo diálogo entre amigos, que a meu ver, parecem ser pessoas do povo conversando num cotidiano simples.
O sucesso do humor não pode ser considerado obra do acaso, uma vez que a eficácia das estratégias discursivo-argumentativas, utilizadas no discurso humorístico permite questionarmos a plena in consciência dos sujeitos do discurso (piada).
É possível percebermos também a presença da subjetividade, ou seja o trabalho do sujeito a partir de outro texto, o qual há um discurso do outro, mas também o trabalho do eu, ponto explicitado no diálogo dos dois amigos (sujeitos) em relação ao problema de saúde do político: eles conversam sobre a saúde de Ricardo Teixeira e num tom de ironia, mas que por vezes, parece inconsciente ou natural, colocam a especificidade da coluna, daí então o “eu” implícito na ironia da imagem do político, carregando nas costas um saco enorme e de dinheiro.

A heterogeneidade está presente sob a forma de jogo, quando o sujeito deixa marcas que não deixam-nos deixar de perceber sua presença.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Linguística: breve conceito e teoria


Ferdinand de Saussure, considerado pai da Linguística Moderna, baseou-se no seguinte conceito:
“Linguística é a ciência que analisa a língua não como um organismo que se desenvolve por si, mas sim como um produto do espírito coletivo dos grupos linguísticos.”
O linguista estabeleceu definições e distinções sobre a natureza da linguagem, considerou prioritário o estudo sincrônico e diacrônico da mesma, permitindo, portanto, revelar a estrutura essencial.

Tratou-se de uma maneira de ver ampla e visionária, não apenas visualizando uma parte, mas um todo. Que em seguida foi sendo desmembrado e partes minuciosas que permitiu estudos mais profundos e complexos da área da linguística.
Saussure detém a teoria de uma separação entre langue (língua) e parole (discurso).
Sendo que a língua seria um sistema de valores que se opõem uns aos outros e que está depositado como produto social na mente de cada falante de uma determinada comunidade ou contexto, possui homogeneidade e por isto é o objeto da linguística propriamente dita e parole (discurso) seria um ato individual e estaria sujeito a fatores externos, muitos desses não linguísticos e, portanto, não passíveis de análise.
Defende, portanto a ideia de que a linguística estuda a língua, e não a fala.
Sintagma é toda e qualquer combinação de unidades linguísticas, na sequência sons e fala, a serviço da rede de relação da língua. 
Um termo passa a ter valor em virtude do contraste que estabelece com aquele que o precede ou lhe sucede, um exemplo é a frase: “Hoje faz calor” – não podemos pronunciar a silaba je, antes da sílaba ho, nem ho, ao mesmo tempo que je; lor antes de Ca, ou Ca simultaneamente com lor, é impossível. É essa cadeia fônica que se faz com que se estabeleçam relações sintagmáticas entre os elementos que o compõem.
Paradigma é uma espécie de “banco de reservas” da língua, um conjunto de unidades a suscetíveis de aparecer num mesmo contexto, deste modo, as unidades do paradigma se opõem, pois uma exclui a outra: se uma está presente, as outras estão ausentes, a chamada oposição distintiva que estabelece a diferença entre signos, como gato e gado ou entre formas verbais, como estudava e estudara.
Sincronia é a observação do sistema linguístico em um determinado momento; o estudo descritivo do funcionamento da íngua.
Diacronia é a análise do sistema linguístico, em momentos diferentes; a chamada linguística histórica, ou seja, observa momentos diferentes em seus estudos.
Signo Linguístico é uma entidade psíquica que tem duas faces: significado e significante, portanto é a soma do que pensamos, imaginamos com o que de fato é representado simbolicamente.
No caso de Significado = plano das ideias, ou seja, a representação mental de um objeto ou realidade social;
Em Significante = plano da expressão ou imagem acústica; aquilo que imaginamos, ou seja, vemos através da nossa imaginação, pensamento.
Os dois elementos, significante e significado formam o que chamamos de signo e estão intimamente unidos, dependendo um do outro, sendo que sem significante não há significado, e sem significado, não há significante.
Um exemplo para entendermos melhor, quando alguém recebe a impressão psíquica, transmitida pela imagem acústica (significante) Karl, graças à qual se manifesta fonicamente o signo – carro, esta imagem acústica, imediatamente lhe remete a ideia de direcionamento, conforto, transporte, entre outros, figurativamente, o falante associa o significante karru ao significado domus (tomando-se o termo latino como ponto de referência para o conceito).

A felicidade e o amor por Antoine de Saint-Exupéry

Dentre tantas frases e sábios dizeres de Antoine de Saint-Exupéry, estudei uma em especial, achando-a como conveniente para o momento.
"Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. 
E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só Rosa."
Por tantas vezes buscamos pessoas, coisas e até mesmo situações que aspiramos, por acharmos que nossa felicidade só poderia ser encontrada com "aquele determinado algo, pessoa ou fato".
Esquecemos por alguns momentos de olharmos o simples final de tarde, cair da noite, florzinha nova que nasceu no jardim ou o sorriso de uma criança...
As tensões e correria do dia a dia, não nos permite olhar com os olhos do coração, deixando-nos passar pela vida numa espécie de "trem bala" em busca de dinheiro, objetos materiais e pessoas ilusórias.
Somente quando conseguirmos parar e perceber que a beleza está nos pequenos detalhes da vida, conseguiremos encontrar nossas almas, tudo começa a dar certo e a tão sonhada felicidade é enfim, encontrada.