quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Desabafo pós formatura aos amigos...


Neste momento ocorre uma mistura de tristeza e alegria dentro de mim.
Algo que tanto almejei conquistar se realizou.
Depois de tanto tempo de sacrifício consegui me formar e quem diria...faço parte de uma pequena porcentagem de pessoas com nível superior no Brasil. Uau que honra...como se diploma de nível superior fosse garantia de inteligência para alguém...mas tratando-se de sistema sócio-cultural brasileiro, pode-se dizer que sim é uma espécie de passaporte para melhorar o perfil profissional.
Tenho que colocar aqui minha opinião e dizer que conheço muitas pessoas sem diploma superior  com nível intelectual muito melhor do que  muitos diplomados pela USP e outras faculdades por aí. No entanto o que conta neste país não é o que de fato você sabe mas sim a famosa “carteirada” nos seus mais diversos níveis.
Quanto à minha opinião infelizmente não vale muito neste sistema político, mas é óbvio que sou contra, mas para sobreviver precisei aderir aos usos e costumes da sociedade.
Apesar disto não me condiciono a tudo e devo informar que pela minha personalidade farei algo que acredite de fato e não o que seja imposto. De uma maneira ou de outra serei sim um fantoche do estado pela sobrevivência, mas serei um fantoche estilo cyber, ou seja um robô com sentimentos próprios capazes de transformar as coisas.
Mas algo me amedronta e diz respeito às respostas das perguntas que formulei nestes três anos de estudos: e agora? Conseguirei um emprego que ganhe um salário digno de um diplomado?
Temo pelos meus anseios não serem sanados.  Também estes questionamento todos estão ligados a estes conceitos e estereótipos criados  por seres humanos antropocêntricos e portanto egoístas por si só.
Ainda aspiro por uma vaga, a qual muitos estão adoecendo e abandonando que é a docência. Sinto que tenho forças para transformar algo nas pessoas e tenho um sentimento muito forte de amor nesta profissão tão menosprezada  atualmente, mas que no passado foi tão digna quanto ainda é em muitos países do mundo à fora.
Sinto muito porque gostaria de comemorar com mais entusiasmo e sentir que as pessoas ao meu lado ficaram contentes por mim, no entanto  sinto-me sozinha nesta satisfação que parece ser apenas minha, solitária...mais uma vez. 
Então a alegria de ter conquistado esta batalha e a tristeza da saudade num mar de esperanças e desespero.
Explico a parte triste da saudade: ao longo destes anos de faculdade criei vínculos de amizade muito boas, fortes mesmo.
Este sentimento foi crescendo e as vidas foram se entrelaçando.
Passei momentos de ansiedade, medo, notas baixas, altas, lutas e grupos, enfim, foram anos junto à pessoas queridas, já outras nem tanto, mas estas nem vem ao caso citar já que serão esquecidas facilmente.
Mas estes amigos queridos que fiz...plantei e reguei...gostaria de continuar cultivando-os, bem como as flores do meu jardim, mas sei que isso é só ilusão, uma vez que as flores ficam plantadas na terra sem se mexer e dependem mesmo de cuidados meus para sobreviver, já os amigos não...depois que sairmos no último dia 12 daquela universidade, mesmo que eu os tenha cuidado, eles seguirão seus caminhos, cada qual de um lado diferente do outro e o tempo vai se encarregar de fazer com que eles se esqueçam.
Parece melancólico meu texto, mas a realidade é esta mesmo.
 E tudo nesta vida, neste mundo é assim.
Quantas pessoas que conhecemos num antigo trabalho, lá na época da escola, de infância e que de repente a vida parece ter afastado da gente...chegamos mesmo a esquecer que almoçávamos juntos ou brincávamos. É cruel demais.
Estou em crise pós formatura e preciso de muitos abraços para guardar no meu coração.
Sei e entendo que será mais complicado mantermos o mesmo relacionamento da época da faculdade, mas os verdadeiros amigos são pra sempre e jamais se esquecem.
Portanto peço aos eternos amigos que citarei agora: Kate, Tatiane e Ademir não se esqueçam nunca do quanto foram importantes nesta jornada e sempre serão ótimas lembranças na minha vida.
Obrigado a vocês por terem feito parte de momentos felizes e tristes e mais ainda por terem iluminado o túnel escuro que trilhei nestes anos.
Considero e sempre os considerarei amigos verdadeiros.


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