A pergunta de hoje é: antes de "etc" deve-se fazer uso da vírgula ou
não?
Na opinião de uma grande maioria de especialistas a resposta é sim
porque a maioria dos escritores a usa, além de sempre que aparece nos acordos ortográficos de 1943 e de 1990, "etc." está precedida de vírgula.
Desta forma usar a vírgula antes de "etc." é seguir a consagração do uso embora seja importante ressalvar que o sinal não seja obrigatório.
Desta forma usar a vírgula antes de "etc." é seguir a consagração do uso embora seja importante ressalvar que o sinal não seja obrigatório.
"Etc."
abrevia "etcétera" da locução adverbial latina
et coetera
ou
et cetera
("e outras coisas", "e as coisas restantes", "e o resto").
Encerra
qualquer enumeração de modo genérico, conclusivo e comprobatório. Passou
a significar também "e assim por diante".
Em "etc.", o et corresponde ao "e". Por já haver na abreviatura o "e" implícito, alguns sábios consideraram não caber vírgula antes, já que a conjunção nesses casos une itens ou segmentos de igual valor.
Mas a combinação" et coetera " perdeu seu caráter de locução e ganhou um significado condensado, com seu ponto incluído, de modo que se pode tomar a liberdade de dizer que em português (e inglês e francês) não há mais conjunção e adjetivo neutro, mas uma unidade, uma abreviatura apenas.
Da mesma forma, o plural neutro coetera/cetera deixou de se referir apenas a coisas em português e em outras línguas ocidentais, como queriam alguns intérpretes, agora poucos, e teve o sentido ampliado para se referir também a seres viventes.
Os exemplos destas páginas mostram que "etc." não carece ser usado em textos nos quais se exige precisão e possam gerar interpretações, oscilantes por natureza.
Portanto, a abreviatura "etc." será antecedida de vírgula, ou de ponto e vírgula, ou de ponto final, dependendo do caso, como nos exemplos dados. Mas sempre com o cuidado que deve reger a criação de textos informativos.
Em "etc.", o et corresponde ao "e". Por já haver na abreviatura o "e" implícito, alguns sábios consideraram não caber vírgula antes, já que a conjunção nesses casos une itens ou segmentos de igual valor.
Mas a combinação" et coetera " perdeu seu caráter de locução e ganhou um significado condensado, com seu ponto incluído, de modo que se pode tomar a liberdade de dizer que em português (e inglês e francês) não há mais conjunção e adjetivo neutro, mas uma unidade, uma abreviatura apenas.
Da mesma forma, o plural neutro coetera/cetera deixou de se referir apenas a coisas em português e em outras línguas ocidentais, como queriam alguns intérpretes, agora poucos, e teve o sentido ampliado para se referir também a seres viventes.
Os exemplos destas páginas mostram que "etc." não carece ser usado em textos nos quais se exige precisão e possam gerar interpretações, oscilantes por natureza.
Portanto, a abreviatura "etc." será antecedida de vírgula, ou de ponto e vírgula, ou de ponto final, dependendo do caso, como nos exemplos dados. Mas sempre com o cuidado que deve reger a criação de textos informativos.
Em enumerações | |
Não só a vírgula pode e deve preceder "etc." Se a enumeração alinhar
itens separados por ponto e vírgula, com o "etc." no final, a
abreviatura também será precedida dessa pontuação. E será precedida de
ponto final se a enumeração for marcada por esse sinal. É óbvio que,
quando se prefere o ponto e vírgula ou o ponto final para marcar a
enumeração, procura-se acentuar a pausa, tornar mais dramática a
enumeração. Assim: Nascer, viver, amar, gozar, sofrer, etc. Nascer; viver; amar; gozar; sofrer; etc. E nascer. E viver. E amar. E gozar. E sofrer. Etc. Em nenhum caso, "etc." será antecedido de "e". E nem seguido de reticências. |
No fim da frase | |
Se "etc." coincidir com o fim da frase, o que ocorre com frequência, seu
ponto será o ponto final dela. Em outras palavras, o ponto integrante
da abreviatura coincide com o ponto final, se vier no fim da frase. "O governo, qualquer governo, terá sempre o apoio de expoentes da política nacional, como Sarney, Renan, Collor, Jader, etc." |
Confusão ortográfica | |
Quanto ao significado, o uso de "etc." não provoca confusões, como
ocorreu com a redação do acordo ortográfico de 1990. Foi tal a confusão
resultante do uso inadequado da abreviatura que os editores do
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa
(Volp) fizeram um esforço interpretativo para concluir o trabalho. A comissão que estabeleceu os termos do acordo discutiu o uso do hífen (Base XV) em que se juntaram a expressão "em certa medida" e "etc.". Mas quem é que pode definir, num assunto como esse, os casos abrangidos por "em certa medida" e "etc."? Dessa imprecisão resultou que os editores do Volp tiveram de considerar como exceção os compostos aí citados e manter hífen na maioria, os aparentemente de acordo com a tendência geral do acordo. Daí compostos como para-brisa, para-choque, para-lama, manda-lua e manda-tudo ao lado dos outros, aglutinados sob o vago chapéu "em certa medida". Incertezas Por causa do "etc.", há igual estranheza com paraquedas , paraquedista , paraquedismo , paraquedístico , sem hífen, porque tem de haver hífen nos outros compostos com a forma verbal "para" com 2o elemento iniciado por consoante: para-bala, para-brisa, para-choque, para-chuva, para-lama, para-raios, para-sol, para-vento, "etc.", "conforme a tradição lexicográfica". Nada como um vago "em certa medida" seguido de um "etc." para acabar com a precisão de qualquer texto, ainda mais de caráter legal. |
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