A redação precisa ser clara e concisa e em processos
seletivos é um dos fatores principais.
Basta seguir as sugestões da
proposta textual que é uma boa maneira de sair desse “branco”, pois algumas vêm
acompanhadas de coletâneas de textos que são bastante úteis no direcionamento
da escrita.
É importante respeitar o texto solicitado, seja
ele: dissertação, artigo de opinião, carta argumentativa, editorial, narração,
entrevista etc.
Conhecer
os principais pecados da redação também se torna fundamental, pois permite conhecer as falhas mais comuns a fim
de evitá-las no texto, pois, nem sempre, dominar as técnicas de escrita resulta
em um bom desempenho na redação. Portanto, é de suma importância saber o que
não se deve escrever para que sejam evitadas falhas e deslizes – a todo
custo, que coloquem a redação em xeque.
Segue abaixo uma lista com os 10(dez) mais erros cometidos na produção
textual:
1. Fuga do tema: Fugir ao tema solicitado pela prova é motivo para invalidar o texto, a FUVEST, por exemplo, informa em seu manual de candidatos que a fuga completa ao tema anula a redação. Veja o exemplo abaixo sobre esse pecado. A proposta pedia uma dissertação sobre a utilização de animais em experimentos científicos, porém o candidato dissertou sobre o uso dos animais no trabalho e em ambientes de entretenimento.
“Desde a
colonização os animais estiveram ao lado da população, sendo utilizado como
tração em transporte inicialmente na cana-de-açúcar e depois da mineração para
o litoral do país, ao mesmo tempo serviu para a diversão como em touradas ou
rinhas de galos, o que é mais comum no Brasil.”
2. Uso de gírias: utilizar gírias é aceitável em situações de comunicação informal no dia a dia com amigos e colegas. Em alguns textos narrativos também é aceita nos diálogos entre alguns personagens. Mas, em dissertações, artigos de opinião ou carta argumentativa usar gírias é algo que não cabe, pois é inadequado, uma vez que esses gêneros pedem uma linguagem formal.
3. Gênero textual diferente do solicitado: adotar o gênero textual solicitado na prova é de suma importância para não “zerar” e este é considerado um dos erros mais cometidos pelos estudantes. Por exemplo, a proposta pede uma dissertação e o candidato faz um poema ou crônica. A característica pertinente da dissertação é a defesa de uma tese por meio de argumentos lógicos e convincentes.
No
exemplo abaixo a proposta pedia uma narração sobre personagens que se
deslocariam de um país a outro em função dos movimentos migratórios, porém o
candidato expôs suas ideias através da dissertação do tema.
“Quando
pensamos na palavra ‘fronteira’ é quase inevitável relacioná-la ao limite
geográfico de uma região. Porém, se analisarmos esse termo com mais cautela,
veremos que ele possui um significado muito mais amplo do que apenas o de
‘divisa’.”
4. Linguagem prolixa: os candidatos devem evitar uma sofisticação artificial no texto escrito, pois o vestibular exige que a linguagem utilizada seja cabível a alguém que concluiu o ensino médio. Rui Barbosa certa vez proferiu as seguintes palavras a um ladrão que ousava entrar em sua residência para roubar-lhe uns pratos:
“Se é
para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado,
dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei
com tal ímpeto que te reduzirei à qüinquagésima potência que o vulgo denomina
nada.”
Provavelmente
o ladrão não conseguiu compreender a linguagem rebuscada do jurista, mas não
sabemos se toda essa história é verídica.
5. Deslizes de ortografia e concordância: na prova de redação espera-se que o candidato corresponda às expectativas de conhecimentos e opiniões adequados para quem concluiu o ensino médio, portanto, deve ter a capacidade de demonstrar isso através da escrita clara, concisa e coerente, de modo que seus argumentos sejam pertinentes. Atentar-se à concordância verbal e concordância nominal também é de extrema importância para evitar um “pecado” fatal, pois expressões como “pra mim fazer” não são aceitas, haja vista que “mim” não conjuga verbo.
6. Clichês e frases feitas: devem ser evitadas a todo custo, pois não trazem informações novas e costumam revelar falta de criatividade por parte do emissor. Em uma redação, espera-se que o candidato utilize o vasto vocabulário da língua portuguesa para expressar suas ideias, de maneira que evite frases feitas como: “fechar com chave de ouro”, “chave para a felicidade”, “o tiro saiu pela culatra”, “dar a volta por cima” etc.
7. Letra ilegível: escrever legível é de suma importância para a estética textual, do mesmo modo que colabora para a organização e compreensão do texto. Errou uma palavra? Risque-a e continue escrevendo.
8. Raciocínio desarticulado: é preciso evitar o uso de conectivos e relações semânticas indevidas entre palavras e expressões, pois isso prejudica a compreensão do texto. Veja o exemplo abaixo em que a conjunção “enquanto” foi empregada de maneira inadequada, pois deveria ter sido empregado o conectivo “como”:
“O
cinema, enquanto veículo da mídia e meio de comunicação, é um fórum social de
relevância incomparável. Em seus múltiplos aspectos, o cinema abarca e trabalha
diversas dimensões da vida humana, o que se refere em seus papeis enquanto
forma de entretenimento objeto de concepção e expressão artística, sua atuação
formativa e doutrinadora sociocultural e mesmo psicológica.”
9. Verbos no imperativo: expressões que denotem ordem ou diálogo com o leitor não devem ser utilizadas. Pois, assim o candidato foge da proposta de dissertação, deixando para o leitor a responsabilidade de pensar acerca do texto.
10. Aglomerado de informações: na redação do vestibular é necessário que o candidato faça uma seleção das informações pertinentes à proposta e fale sobre elas, a fim de evitar que o excesso de informações prejudique a qualidade e a compreensão do texto.
Reflexão:
Na aula de hoje foram dadas as dicas acima para que os alunos consigam atentar-se no momento em que forem produzir os seus textos.
Num âmbito geral é importante respeitar a estrutura da redação: começo, meio e fim.
Uma vez que se tem a consciência desta estrutura já é meio caminho andado para dar sequência numa escrita concisa e organizada.
Em seguida deve-se seguir de forma atenciosa o tema solicitado para que não haja confusões no decorrer da estória.
Atentar-se nos vícios de linguagem, gírias, prolixidade, concordância e até mesmo excesso de adornos.
Bom citei uma à uma destas dicas, explicando-as detalhadamente.
Agora é só ler muito e treinar a escrita. Bom trabalho à todos!
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