Enquanto escrevia sobre a mesa de vidro transparente,
Pude ver o meu próprio reflexo.
Assustei-me.
O que o tempo fez comigo?
Chorei baixinho para ninguém ouvir.
Mas quem poderia ouvir,
Senão eu mesma?
O que restou de mim?
Apenas minhas vãs palavras,
As quais escrevo para eu mesma
A minha própria dor.
Presa num passado sofrido,
Sofro com todo o desamor:
Da humanidade, da vida, da morte, do amor.
Quem sou? Não sei mais.
.Há muito me perdi,
Perdi minha própria identidade.
Hoje apenas vejo alguém
Que não sei quem é
Talvez seja eu.
Eu que fui ou que sou
Mas que jamais serei:
Um reflexo
Que jaz no nada
Da minha vã existência.
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