Em meio a esta crise econômica que têm assolado diversos países, tem-se o exemplo de como o desemprego pode desestruturar toda uma família.
Inclusive à respeito de valores éticos e morais.
Assisti a este filme: "Sonata de Tókio" ontem, no canal futura, e creiam-me: me identifiquei muito com a situação de embaraço e humilhação que o "pai" e chefe daquela família sofreu ao abrir mão de seu antigo emprego, por conta de pressão dos superiores e em seguida, à procura incessante de nova oportunidade, fazendo-o passar pelas mais diversas humilhações.
Passei e tenho passado por isso. O Brasil, ao contrário do que têm se falado por aí à fora, não é diferente sistematicamente falando.
Aliás o sistema empregatício em nosso país traduz que após completarmos 30(trinta) anos de idade sem termos conseguido uma formação superior, não servimos para mais nada.
Não importa se somos auto-didatas, sabemos tudo de informática avançada, línguas estrangeiras, ou se temos um currículo em empresas renomadas...Cadê o diploma, o sistema diz???
O que importa se vc é inteligente, esforçado e assíduo? NADA!
Cadê o diploma indivíduo "velho" de trinta e poucos anos? É isso...esta é a vida, este nosso país...sistema democrático? Faz-me rir. É um sistema burocrático, escravocrata e banalizador de tudo aquilo que o ser humano têm de melhor. Cada qual no seu individual, mas sempre têm. Sempre.
Mas tenho visto seres brilhantes por ái à fora, sujeitando-se a ganhar uma "ninharia", prestando-se à cargos inferiores às suas capacidades, enquanto 'garotinhas e garotinhos" que o papai pagou a faculdade privada, mais sem denominação possível, estão em altos cargos, participando dos "happy hours" da vida escravocrata por um cargo, se é que pode se chamar de cargo.
Não dá mais. Algo tem que ser feito. Estamos sendo enterrados vivos por um sistema consumista, prostituído por burrice e banalidades, por todos os lados!
Fui fazer uma prova da prefeitura hoje, e pasmei com pessoas muito bem vestidas, com certa idade e experiência, protelando ganhar quatrocentos e pouquinho por mês!!! Me senti envergonhada, mais ainda.
Prostituída pela necessidade e falta de dinheiro. E claro, aquelas pessoas, de olhares tristes e ansiosas, também ali estavam, prostituindo-se. Aliás, duas vezes; estar tentando uma prova para trabalhar quase que de graça para um sistema escravocrata como é o nosso.
Tudo isso para indicar este filme...o qual derramei lágrimas quase que em todo o seu decorrer. E no final, Debussy.
Desculpem-me o desabafo...estou cansando...
sábado, 21 de abril de 2012
Por ande andas meu príncipe? Afinal...estou morrendo de um lado e vc do outro...
Quando a dor física mistura-se com a dor d'alma, perde-se o rumo de tudo aquilo que deve ser feito.
Cá estou eu novamente, com tanto a ser feito e impossibilitada por uma dor física terrível.
Meus olhos cerram-se, mas não de cansaço, apenas de tristeza e desgosto.
Veio-me o pensamento: o ser humano não consegue nunca aceitar a felicidade simples, sempre terá que encontrar algum impecilho para cobri-la com o manto da infelicidade e estragar tudo?
Quero bater com minha cabeça na parede, a dor é forte demais...
Mas e o coração, o que faço...arrancá-lo-ei do meu peito? Oh dores terríveis noturnas! De todas, hoje, a mais doída.
Se algum dia destes, estiveres caminhando pelas ruas e lá no finzinho da tarde, sentires um vento gelado soprar em seu rosto, feche os teus olhos e não tenhas medo, pois serei eu quem estará com o pensamento em ti.
Alfred Stevens (1828-1906), pintor belga, nasceu em Bruxelas, em 11 de maio de 1828.
Assisti um documentário no sábado passado 14 de abril na Cultura, e me apaixonei pelas pinturas deste artista belga.
Este artista pinta de uma forma tão detalhada as mulheres que olhando as suas obras, têm-se a impressão de estar vendo-as pessoalmente e sentindo o momento de suas pinturas.
Em meio à noite, perco-me em pensamentos, palavras...escritas, soltas ou ditas. E quando as digo, falo para dentro de mim...
Meu eu sedento, de mais palavras: ora frustradas, ora benditas ou malditas.
Cá estou eu novamente aqui; acomodada no sofá, deixando o ventinho gelado da madrugada soprar em minha pele gélida e pálida...
Repentinamente penso que poderia já estar morta de corpo cadáver, mas a vida sopra, e a vontade ávida de beber, faz-me lembrar de que ainda vivo.
Então perco-me num mar de de letras novamente, de todos os tipos, enquanto isso, ouço Chopin, Debussy...e vou acalmando-me...eis que encontro este poema.
Lindo poema! Escrito por Florbela. Aliás remeteu-me à uma época em que escriviam-se cartas...as lindas cartas, com tanto sentimento...e podia-se ao lê-las quase que enxergar o outro lado do remetente.
Hoje pouco tempo após as cartas escritas, nestes tempos ditos "contemporâneos" temos apenas limitações de sentimentos.
Quando nos deparamos com as tristezas mais profundas é que valorizamos o que temos.
E é certo que a vida é o bem mais valioso, e que por consequência temos que aproveitar cada instante que dela desfrutamos.
Á partir deste momento de consciência, valorizamos simples detalhes, que passavam antes despercebidos, como o entardecer, o amanhecer, uma nuvem que toma formas no céu infinito, o olhar do nosso animal de instimação, a água que bebemos quando estamos com sede, enfim, eu poderia passar dias, descrevendo apenas horas de um simples olhar da vida, simples e bela que temos, mas apenas para finalizar esta minha conclusão digo:
Amem as suas vidas acima de qualquer coisa e olhem para os detalhes do simples, que na verdade é tão infinito de belezas.