domingo, 3 de julho de 2011

Poesias e poemas de outros autores



A ULTIMA CANÇÃO

    Florença 1484
   
JEAN ANAEL
 Ó meus lábios, vós que sóis a porta da respiração.
 Selai com um beijo leal este pacto eterno que a morte me roubou...
   
RAPHAEL
  
Senhor a bengala para  realizar o decreto do ritual do circulo do tempo.
 Jean Anael olha para seu amor deitada já imóvel. A toma nos braços e a beija. Coloca um véu negro transparente sobre a sua face e deposita sobre os seus seios um botão de rosa vermelha.
A olha com ternura e fala:
  
JEAN ANAEL
  
Que a nossa estrela vos guie pelos caminhos escuros da morte e a leve para o templo sagrado da luz.
 
Desdobra com sabedoria este suave véu que impede muitos de ver que a morte é passageira.
 
Não tema amor.
Deixa que a sombria noite venha e que a lua protetora dos amantes sirva de trilha para que um dia  você retorne para braços meus.
 
Os que se amam na verdade tem o principio da lei que não precisam de outra luz a não ser do amor que emana de suas entranhas.
Ó noite cercada pelos mistérios para quem tem vida.
Vem!
Quando o meu dia da noite também chegar...
Entrega-me as estrelas para que eu reencontre a mulher de todos os meus dias. 


Ele pega a bengala a gira 12X 7 vezes e diz:
 JEAN ANEL
Eis o meu decreto!
 RAPHAEL 

O violino, senhor.   
  
O MAGO
  Toco para ti meu amor à metade da nossa sonata, pois o final à noite contigo levou. 
Ele toca e arranca as cordas do seu violino negro
JEAN ANAEL


Essa não é a nossa ultima canção!
Como promessa deixo-te o anel da primeira pedra que quebrei.
   
RAPHAEL
 A sua criança senhor. 
 O Mago  a pega no colo e canta para ela a   primeira  canção de ninar. 


Uma borboleta voa e pousa no circulo sobre o ventre imóvel de Maria.
   
O MAGO
  
Ó luz maravilhosa dos meus dias.
Me deste como presente a mais pura flor
 levaste na estrela  a rosa do meu amo


  
RAPHAEL
   Ela deixou para ti uma carta que fala sobre a ultima canção.    
(Por Ruy Ribeiro Crespo Filho Ruy Crespo Filho).


Tocando enquanto reflito sobre amor e morte.

Este foi um dos últimos escritos mais belos que li nos últimos tempos.
E confesso que custa-me acreditar que existe ainda "tal tipo de amor verdadeiro" que não deixa a morte jazê-lo ou findálo em vida.
Só deixo minhas lágrimas de sentimentos sinceros sobre tal sentimento tão raro e quase inacreditável e que somente quem realmente conheceu o verdadeiro " amor " pode descrever com tanta profundidade e veracidade.

(Por Ana Paula L.)
    


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