quinta-feira, 16 de junho de 2011

Filosofia

Filosofia sobre a morte
(reflexões as leitura de Kant e Schopenhauer)

Quando prevalece o conhecimento, o homem avança ao encontro da morte, com o coração firme e tranquilo, e daí honramos sua conduta como grandiosa e nobre, celebramos então, o triunfo do conhecimento sobre a vontade da vida cega, sobre aquela vontade de que nada mais é do que o princípio da nossa existência.

Se o que faz a morte parecer tão assustadora para a maioria das pessoas, é o não ser, deveríamos experimentar o mesmo temor do tempo em que ainda não éramos. Pois é incontestável que o não ser do depois da morte, não pode ser diferente daquele não ser, anterior ao nascimento.

Partindo deste princípio, não é menos absurdo, lamentar o tempo em que não mais será, quanto o seria à respeito do tempo em que ainda não éramos? Haja vista, que o tempo não preenchido pela nossa existência e o tempo que é preenchido por ela, faz uma co-relação futuro x passado.

O nascimento e a morte se seguem numa rápida sucessão, basta verificar nos dados de controle de natalidade e mortalidade ano após ano, divulgados pelo mundo à fora.

Quando paramos para refletir o por quê algumas pessoas se acovardam diante de saberem sobre a morte dos entes ou amigos queridos, simplesmente ausentando-se, podemos explicar da seguinte maneira: a perda de algo que não podemos constatar a ausência não é nenhum mal; assim, o tornar-se não ser, pode nos afetar da mesma forma que o não ter sido.

Epicuro tem uma frase que diz o seguinte: " A morte não nos concerne "; quando somos, a morte não é, e quando a morte é, não somos mais. "

À respeito desta frase, cabe apenas deixar claro de que a vida nada mais é do que a própria morte, ou seja, por quê teme-se morrer...se ao nascer, entusiasma-se...já que a única diferença entre um e outro e o tempo passado e futuro?
Desta forma, devemos considerar-mo-nos cadáveres prontos para nascer para a morte, ou ao contrário também seria válido, afinal?
Sim somos mortos, e não temos que deixar com que a vida nos sucumba, enquanto inverdades, ingratidões e desamores que sofremos enquanto desta desfrutarmos. Aceitemos com ironia e de cabeça erguida que estamos frios e putrefados de tantas dores que passamos pelos seres viventes, pois estes sim são dignos de compaixão, pois não tem este conhecimento, a consciência, de que já estão mortos também...
Deixemo-nos desfrutarem de suas vaidades, artes, fama e falsas inteligências, afinal, pobre destes viventes que acham terem o saber e poder dominante sobre o próximo, e mau o sabem que tem, sobre si mesmos, porque de fato, não tem consciência de que estão mortos.

Amigos, após dias refleti sobre este assunto, e confesso ter passado pela linha tênue entre a vida e a morte, muita dor senti...sinto em verdade, mas aprendi a controlar meu saber neste meio tempo e meu conhecimento de que tenho consciência do que tive e do que não tive, me fez levantar do caixão, o qual estava deitada por dias...emagrecendo, perdendo tempo...tempo...enquanto os viventes riam da minha dor por aí à fora. Então comecei a ler...ler...estudar, em pouco tempo, percebi, o quanto de tempo e o pouco dele também que temos sobre a terra. Parei com tudo me reergui. Sou outro ser, mais frio, exigente e insensível, pois aceitei a morte como minha madrinha e espero pela vida, quem sabe um dia, a qual perdi por ser uma tola.

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